OPERAÇÂO VEREDICTO: Tribunal do crime encomenda três mortes, advogado envolvido na chacina
A Delegacia de Polícia de Tapurah deflagrou a operação “Veredicto” para cumprir ordens de prisão preventiva contra um advogado e dois líderes de uma facção criminosa. Os três investigados estão detidos em Sinop, em função de outras investigações, e a operação recebeu apoio da Delegacia Regional de Nova Mutum.
A investigação revelou que os líderes da facção são os autores intelectuais da morte de Riquelme Souza Félix e Joel Pereira da Silva. Eles contaram com a ajuda do advogado no chamado “tribunal do crime”, que resultou nas mortes dos jovens.
As vítimas foram sequestradas e amarradas em uma área de mata próxima ao município de Itanhangá, em abril de 2022. Os executores realizaram uma videochamada com os líderes da facção para decidir sobre a morte dos jovens. Durante esse período, um dos líderes pediu ajuda ao advogado para obter informações sobre possíveis passagens criminais das vítimas nos estados de Pernambuco e São Paulo. O advogado enviou cópias das consultas feitas nos tribunais de justiça, mesmo sabendo que as vítimas estavam amarradas e sob o controle dos criminosos. Em seguida, as vítimas, ainda vivas, foram torturadas, esfaqueadas e decapitadas. Os executores gravaram toda a cena e enviaram os vídeos para os líderes da facção.
De acordo com a investigação, as lideranças determinaram a dupla decapitação das vítimas, enquanto o advogado auxiliou na decisão de morte ao fornecer as informações cruciais. O delegado responsável pela investigação, Guilherme Pompeo, afirmou que o advogado aderiu à conduta dos líderes e consentiu com o resultado da morte, atuando à margem da lei e desrespeitando os princípios éticos que regem a profissão.
Os dois jovens trabalhadores foram confundidos com membros de uma facção criminosa rival e executados de forma brutal. Após o desaparecimento, a Polícia Civil iniciou as investigações e encontrou os corpos decapitados e em decomposição, com mãos e pés amarrados, em uma área de mata próxima a Itanhangá. Até o momento, dois adultos envolvidos nos homicídios foram julgados e condenados a um total de 60 anos de reclusão por homicídio qualificado, ocultação de cadáver e corrupção de menores.
Redação JA / Foto: PCMT