DROGAS E ALIMENTO: Facção movimentava altas quantias no mercado clandestino na penitenciária de Rondonópolis
A Operação Mercado Paralelo, conduzida pela Delegacia Especializada de Roubos e Furtos de Rondonópolis, cumpriu 11 mandados de busca e apreensão nesta terça-feira, 18 de março. A operação tem como objetivo investigar a lavagem de dinheiro para uma organização criminosa que ocorria por meio de um mercadinho localizado dentro de uma unidade prisional.
Um dos principais alvos da operação é a companheira de um dos detentos da Penitenciária Major Eldo de Sá Corrêa, em Rondonópolis. Ela era responsável pela movimentação bancária dos valores obtidos com o tráfico de drogas realizado pelos presos dentro da penitenciária. A mulher foi presa em flagrante em sua residência, onde também foram encontradas drogas que seriam levadas para a unidade prisional.
As investigações, conduzidas pela Derf de Rondonópolis, tiveram início em 2020 com o objetivo de apurar as atividades de um grupo envolvido em crimes de tráfico de drogas, associação criminosa e integração em organização criminosa. Durante as diligências e coleta de informações, a Polícia Civil identificou dois detentos da Penitenciária Major Eldo de Sá Corrêa como líderes do tráfico de drogas e responsáveis pelo fluxo de dinheiro dentro da prisão, o que caracteriza possível crime de lavagem de dinheiro.
As investigações revelaram que os valores arrecadados com o tráfico de drogas eram utilizados para financiar um mercadinho clandestino dentro da unidade prisional. Diálogos entre a investigada e seu companheiro, que está preso por homicídio, indicam que ela recebia instruções para realizar depósitos em diferentes contas bancárias, posteriormente sacadas para que os presos pudessem fazer compras no mercado oficial da penitenciária. Em seguida, os produtos eram revendidos no mercado paralelo, com preços muito acima dos praticados.
No decorrer da investigação, a mulher já havia sido presa em flagrante em 2020, portando mais de cinco mil reais, mas negou que o dinheiro tivesse origem no comércio de drogas. Ela afirmou que seu marido era responsável pelo mercado paralelo no Raio 2 da penitenciária regional e que levava cerca de cinco mil reais por semana destinados a cinco presos.
Nesta terça-feira, a Derf de Rondonópolis cumpriu mandados de busca e apreensão, além de solicitar o afastamento de sigilo bancário, conforme autorização da 5ª Vara Criminal do município. Os alvos das ordens judiciais foram os dois presos detidos na penitenciária regional e suas respectivas companheiras.
Essa ação faz parte da Operação Erga Omnes, que faz parte do planejamento estadual da Polícia Civil de Mato Grosso para combater organizações criminosas.
Redação JA / Foto: reprodução PCMT