MPE aponta pedido de exame psiquiátrico de PM como manobra para adiar júri sobre tiros em menor

MPE aponta pedido de exame psiquiátrico de PM como manobra para adiar júri sobre tiros em menor

O Ministério Público Estadual (MPE) se manifestou contra o pedido de exame de insanidade mental feito pela defesa do policial militar Ricker Maximiano de Moraes, acusado de tentar matar um adolescente de 17 anos em 2018, em Cuiabá. Para o órgão, o objetivo da defesa é adiar o julgamento, previsto para a próxima terça-feira (8), no Fórum da Capital.

Na manifestação, o promotor Rodrigo Ribeiro Domingues afirmou que o pedido foi feito de forma tardia e oportunista, sem apresentar indícios concretos de que o réu era incapaz de compreender seus atos no momento do crime. Segundo ele, o processo tramita há quase cinco anos sem que, em nenhum momento, tenha sido levantada dúvida sobre a sanidade mental de Ricker.

“O pedido tem o único propósito de retardar o regular andamento da ação penal, especialmente em se tratando de crime doloso contra a vida com data marcada para júri”, escreveu o promotor.

O caso voltou à tona após o policial ser preso no mês passado, suspeito de assassinar a esposa Gabrieli Daniel de Souza, de 31 anos, dentro da casa do casal, no bairro Praeirinho.

Sobre o crime de 2018, o MPE relata que Ricker atirou contra o adolescente após ele e três amigos presenciarem uma briga entre o militar e sua então namorada. O disparo não foi fatal por circunstâncias alheias à vontade do acusado.

A defesa sustenta que o PM apresenta quadro psiquiátrico grave, com transtorno delirante, depressão e reações agudas ao estresse, e anexou atestados médicos de 2023.

O Ministério Público, no entanto, considera que os documentos apresentados são recentes, unilaterais e genéricos, sem relação com o momento do crime. Por isso, são insuficientes para justificar o pedido de instauração do incidente de insanidade mental.

“Laudos médicos unilaterais não constituem prova idônea para levantar dúvida razoável sobre a sanidade mental do réu”, pontuou o promotor.

Na semana passada, o Tribunal de Justiça também negou outro pedido da defesa, que buscava transferir o julgamento para Rosário Oeste. O requerimento para o teste de sanidade ainda será analisado pela 1ª Vara Criminal de Cuiabá.

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