MP recusa liberdade provisória de filho de ex-presidente da Aprosoja por perseguir ex-mulher por assédio

MP recusa liberdade provisória de filho de ex-presidente da Aprosoja por perseguir ex-mulher por assédio

O Ministério Público de Mato Grosso se opôs ao pedido de liberdade provisória apresentado pela defesa de Rafael Galvan, um agricultor que foi detido em 31 de março em Limeira (SP), por ordem judicial. Galvan é réu em dois processos por assédio à sua ex-parceira, com quem teve um relacionamento de seis anos e um filho. Importante ressaltar que ele é filho de Antônio Galvan, ex-presidente da Aprosoja-Brasil.

Atualmente, Rafael está preso na Cadeia Pública de Piracicaba (SP), após sua detenção ter sido determinada pela Vara Especializada em Violência Doméstica de Rondonópolis, cidade a 219 km de Cuiabá, onde ele reside. O Ministério Público apresentou argumentos de que existem provas suficientes para justificar a continuidade da prisão e o andamento do processo.

O promotor Ari Madeira Costa, em manifestação dirigida à juíza Maria Mazarelo Farias Pinto, salientou que as investigações trouxeram à tona evidências claras de autoria e materialidade do crime. Ele refutou os argumentos da defesa, que alega que Rafael não tinha a intenção de perseguir sua ex-companheira e estava sob efeito de drogas e em crise emocional. Segundo o promotor, tais justificativas são frágeis e não minimizam a seriedade dos acontecimentos.

As denúncias contra o agricultor indicam uma série de comportamentos que configuram violência psicológica e assédio. A ex-companheira relatou que ele a vigiava, abordava na rua, a seguia até a academia e até contatava seus familiares para investigar sua vida pessoal. Em um incidente no dia 8 de setembro de 2022, Galvan teria invadido a casa dela, ofendido-a e insistido em um diálogo.

Ela também descreveu um ato de violência física no dia da separação, onde Galvan teria a empurrado, agredido com um tapa e destruído seu celular enquanto tentava chamar a polícia. Além disso, a vítima mencionou que o agricultor possui uma arma, o que agrava seus receios de novas agressões.

No segundo processo, os eventos mais recentes incluem acusações de perseguição armada. Em janeiro, Rafael teria telefonado repetidamente para a ex-parceira, questionando se ela estava envolvida com outro homem. Em seguida, em 3 de fevereiro, a casa do atual namorado da vítima foi alvo de disparos, resultando na morte do cachorro dele. Foram encontradas cápsulas de munição 9mm no local, e a vítima suspeita que Rafael seja o responsável pelos tiros.

O novo companheiro da ex-parte também relatou que no dia seguinte ao ataque, Galvan voltou a segui-la durante um percurso até uma padaria.

Apesar das suspeitas, Rafael nega ter participação nos disparos, mas confirmou à polícia que possui uma pistola CZ 380, arma para a qual não tem autorização. Mesmo assim, afirmou que nunca a usou para ameaçar a ex-companheira.

A defesa, liderada pela advogada Isabelle Meggiato de Souza Lopes, apresentou uma resposta às alegações, pedindo a rejeição das acusações por ausência de provas robustas. Ela argumenta que Rafael passou por um período emocionalmente difícil, exacerbado por uso de substâncias e que não havia intenção de intimidar a ex-parceira.

Como alternativa à detenção, a defesa sugere a imposição de medidas cautelares, lembrando que já existe uma medida protetiva que proíbe a aproximação do acusado.

A decisão judicial sobre o pedido de liberdade provisória ainda não foi tomada. Enquanto isso, Galvan permanece sob custódia. Vale mencionar que, em 2017, ele já havia sido objeto de inquérito policial por ameaças a uma ex-parceira e sua família.

 

Redação  JA / Foto: reprodução

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