O juiz Jeferson Schneider, da 5ª Vara Federal da Capital, decidiu liberar todos os integrantes da antiga diretoria da Unimed Cuiabá, que estão sendo investigados na Operação Bilanz da Polícia Federal. Esta operação, deflagrada na quarta-feira (31), visa apurar uma suposta fraude contábil de R$ 400 milhões na cooperativa médica.
A decisão foi tomada por volta das 23 horas, após as audiências de custódia de cinco dos seis detidos.
Antes disso, a juíza federal Rosimayre Gonçalves, do Tribunal Regional Federal da 1ª Região, já havia autorizado a soltura da advogada Jaqueline Larréa, ex-chefe do departamento jurídico da cooperativa. Como foi presa em Minas Gerais, ela não participou da audiência em Cuiabá.
Além de Jaqueline, foram soltos o ex-presidente Rubens Carlos Oliveira Júnior, a ex-diretora administrativa financeira Suzana Aparecida Rodrigues dos Santos Palma, o ex-CEO Eroaldo de Oliveira, a ex-superintendente administrativa financeira Ana Paula Parizzotto e a contadora Tatiana Bassan. Todos são réus em um processo penal por falsidade ideológica e uso de documentos falsos.
“O doutor Jeferson examinou a situação e concluiu que não há risco, pois eles não ameaçam testemunhas e não frequentam a Unimed. Por isso, decidiu pela libertação”, declarou o advogado Marlon Latorraca, que representa Rubens Carlos e Suzana Palma.
Investigação de R$ 400 milhões
Rubens Carlos, que presidiu a Unimed entre 2019 e 2023, e sua equipe são suspeitos de causar um prejuízo de R$ 400 milhões nas finanças da cooperativa, conforme apontado por auditorias independentes.
Durante uma revisão das contas, a nova gestão identificou uma série de inconsistências e irregularidades. O ponto mais grave foi o balanço contábil de 2022, que teria sido “maquiado”. Inicialmente, apresentava um saldo positivo de R$ 370 mil, mas auditorias revelaram inconsistências que totalizavam R$ 400 milhões.
Entre os problemas encontrados estão contratos irregulares, antecipações de pagamentos indevidas, relações desiguais com fornecedores e aquisições e obras realizadas sem a devida autorização em assembleia geral, o que resultou em uma situação financeira alarmante para a cooperativa.