O governador Mauro Mendes criticou a falta de ação em relação aos crimes ambientais no Brasil e defendeu a implementação de medidas mais severas na legislação para combater o desmatamento ilegal e as queimadas. Sua solicitação foi feita durante uma audiência de conciliação no Supremo Tribunal Federal (STF), realizada nesta quinta-feira (19) em Brasília, focando nas ações contra os incêndios no Pantanal e na Amazônia.
Ele observou que, apesar de o Brasil ter o Código Florestal mais restritivo do mundo, a legislação ainda é ineficaz para impedir efetivamente os crimes ambientais. “As ilegalidades ambientais têm sido toleradas por muito tempo neste país. Nos acostumamos a conviver com nossos problemas, que se tornaram comuns e comprometem nossa credibilidade para defender essa lei”, afirmou.
O governador também citou um caso em Sorriso, onde a “lei frouxa” permitiu a impunidade de um incendiário. “Recentemente, em Sorriso, uma pessoa ateou fogo em uma área rural, foi detida e liberada após pagar uma fiança de R$ 800, o que é inaceitável”, declarou.
Mauro Mendes destacou que o Governo do Estado está se esforçando para mudar essa realidade. “Já destinamos mais de R$ 360 milhões para combater incêndios florestais e o desmatamento ilegal, sendo R$ 75 milhões apenas neste ano. No entanto, enquanto continuarmos a tolerar esses crimes prejudiciais à nação, o problema persistirá”, acrescentou.
A secretária de Estado de Meio Ambiente, Mauren Lazzaretti, enfatizou o trabalho do Estado na prevenção e combate às queimadas. “Mato Grosso tem hoje mais de mil bombeiros dedicados ao combate aos incêndios, realizando ações que vão desde o combate direto às chamas até o atendimento à fauna. Já lançamos 3,7 milhões de litros de água com aviões, capacitamos brigadistas e bombeiros, e investimos em infraestrutura para garantir apoio logístico. Estamos colaborando com o governo federal e outros estados para proteger nossos biomas”, explicou.
A audiência de conciliação foi presidida pelo ministro do STF, Flávio Dino, e contou com a presença de representantes dos estados da Amazônia, do Cerrado e do Pantanal, além de outras autoridades.