ESCRITÓRIO DO CRIME : os seis suspeitos pelo homicídio do advogado Renato Nery continuarão detidos para mais investigação

ASSASSINOS ADVOGADO RENATO NERY : Policial da inteligência da PM e caseiro de sua chácara são apontados como executores

A Justiça decidiu estender por mais 30 dias a prisão temporária dos seis suspeitos envolvidos no assassinato do advogado Renato Nery, que foi morto a tiros em julho de 2023 em frente ao seu escritório em Cuiabá. A prorrogação foi realizada pela Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) entre os dias 2 e 3 de agosto, atendendo ao pedido do delegado Bruno Abreu, que supervisiona a investigação, com a aprovação do Núcleo de Inquéritos Policiais (Nipo).

Os suspeitos foram detidos no dia 6 de março, durante a terceira fase da Operação Oce Crime, que visa esclarecer o homicídio. Entre os detidos estão os policiais militares Wailson Alessandro Medeiros Ramos, Wekcilley Benevides de Oliveira, Leandro Cardoso, Jorge Rodrigo Martins e o sargento Heron Teixeira Pena Vieira, antigo membro da Rotam. Também está preso Alex Roberto de Queiroz Silva, caseiro e trabalhador de Heron, identificado como o executor do crime.

De acordo com a Polícia Civil, Alex teria sido o responsável pelos disparos contra Renato, utilizando uma pistola Glock, embora ele negue qualquer participação no crime. A motocicleta utilizada na ação foi apreendida e encontrada em uma oficina na cidade de Barão de Melgaço, a 100 km de Cuiabá, desmontada.

As investigações revelaram uma conexão entre o assassinato de Renato Nery e outro homicídio ocorrido em 2022 no bairro Pedra 90, na capital. Exames balísticos confirmaram que a arma utilizada na morte de Nery é a mesma que foi empregada no assassinato de João Fidelis Souza de Moraes, dois anos antes. Até o momento, não há informações sobre detenções relacionadas a esse segundo caso.

Durante as investigações, surgiram indícios de que houve tentativas de obstruir o andamento do inquérito. A arma usada no ataque a Nery foi apreendida com suspeitos durante uma ação da Rotam em julho de 2024, que resultou na morte de um homem e em ferimentos a um adolescente. Contudo, a DHPP apurou que a arma pode ter sido “plantada” para desviar a atenção da verdadeira execução do advogado.

Na primeira fase da Operação Oce Crime, foram cumpridos mandados de busca em um escritório de advocacia, supostamente denunciado por Nery como parte de uma rede criminosa ligada a conflitos por terrenos. Na segunda fase, o mesmo local foi investigado novamente, sem prisões.

A terceira fase da operação foi deflagrada após contradições nos depoimentos dos policiais presos, especialmente em relação a um suposto confronto armado em julho, que a Polícia Civil considera que foi forjado.

Renato Nery foi atingido por pelo menos sete tiros no dia 5 de julho, ao chegar ao trabalho. Ele foi socorrido, mas faleceu no dia seguinte no hospital. Desde então, a DHPP tem conduzido as investigações para esclarecer o caso e responsabilizar os culpados.

As próximas etapas da investigação sobre o assassinato do advogado Renato Nery podem incluir:

  1. Interrogatório dos Suspeitos: Continuar interrogando os suspeitos detidos para obter mais informações sobre o crime e possíveis cúmplices.
  2. Análise de Provas: Examinar as evidências coletadas, como a arma utilizada, a motocicleta apreendida e quaisquer outras provas materiais que possam esclarecer a dinâmica do crime.
  3. Reconstrução do Crime: Realizar uma reconstrução do crime para entender melhor como os eventos se desenrolaram e identificar qualquer falha nos depoimentos.
  4. Exames de Balística: Realizar análises balísticas aprofundadas para confirmar a conexão entre as armas em outras ocorrências e esclarecer o uso das mesmas.
  5. Investigação de Conexões: Explorar possíveis ligações entre o caso de Renato Nery e outros crimes, particularmente o homicídio de João Fidelis Souza de Moraes, para identificar padrões ou uma rede criminosa.
  6. Verificação de Alibis: Investigar os álibis dos suspeitos e confrontá-los com as evidências coletadas.
  7. Análise de Testemunhos: Reunir e analisar depoimentos de testemunhas que puderem ter informações relevantes sobre o crime e sobre as possíveis motivações por trás dele.
  8. Monitoramento de Outros Suspeitos: Identificar e investigar outras pessoas que possam estar envolvidas no crime, incluindo aqueles que não foram inicialmente detidos.
  9. Colaboração com Outras Agências: Trabalhar em conjunto com outras agências policiais ou órgãos judiciais que possam ajudar a resolver o caso.
  10. Relatórios e Documentação: Produzir relatórios finais sobre as descobertas e encaminhar os resultados para o Ministério Público para eventual oferecimento de denúncia.

As etapas específicas podem variar dependendo do andamento da investigação e das informações que forem surgindo ao longo do processo.

Os principais indícios que ligam os homicídios de Renato Nery e João Fidelis Souza de Moraes incluem:

  1. Arma do Crime: Exames balísticos confirmaram que a mesma arma utilizada para assassinar Renato Nery foi a empregada na morte de João Fidelis Souza de Moraes. Essa evidência é crucial, pois indica uma conexão direta entre os dois casos.
  2. Método de Execução: A forma como os crimes foram perpetrados pode revelar semelhanças, como o número de disparos e a execução à queima-roupa, sugerindo um padrão nas ações dos criminosos.
  3. Motivação Criminosa: Ambas as vítimas podem ter estado envolvidas em disputas que envolveram questões relacionadas a terras ou negociações jurídicas, o que poderia ter motivado os homicídios dentro de um contexto de rivalidade ou retaliação.
  4. Inteligência Policial: As investigações podem ter indicado conexões entre indivíduos ou grupos envolvidos em ambos os casos, como ligações entre os suspeitos detidos e a história de ambas as vítimas.
  5. Depoimentos de Testemunhas: Embora não detalhados publicamente, depoimentos que sugiram que as vítimas conheciam seus assassinos ou que havia motivos para conflitos entre eles podem contribuir para estabelecer uma ligação.
  6. Sinalização de um “Escritório do Crime”: Investigações anteriores sobre um escritório de advocacia que Renato Nery tinha denunciado como parte de uma rede criminosa ligada a disputas por terrenos indicam um cenário mais amplo de criminalidade que pode incluir o assassinato de João Fidelis.

Esses indícios, quando analisados em conjunto, ajudam a estabelecer uma ligação entre os dois homicídios, sugerindo que eles podem fazer parte de uma rede criminosa ou de uma série de retaliações dentro de um contexto específico de criminalidade na região.

Redação JA/ Foto: reprodução

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