Documentos judiciais são falsificados por golpistas para enganar produtores em Mato Grosso

Documentos judiciais são falsificados por golpistas para enganar produtores em Mato Grosso

Golpistas estão falsificando documentos oficiais do Poder Judiciário de Mato Grosso para extorquir dinheiro de vítimas, enviando falsas decisões e ofícios judiciais que cobram multas ambientais de produtores rurais.

Recentemente, o marido da advogada Edilamar Rampanelli, do município de Comodoro, foi uma das vítimas. Ele recebeu uma mensagem pelo WhatsApp contendo um documento em papel timbrado do Tribunal de Justiça, assinado por um suposto juiz, exigindo o pagamento de uma multa ambiental de R$ 58.989,71. O documento alertava que, caso o valor não fosse pago em 24 horas, ele poderia ser preso em flagrante e receber uma multa diária de cinco salários mínimos.

Ao perguntar sobre como realizar o pagamento, a vítima recebeu uma chave PIX em nome de uma pessoa física, o que gerou desconfiança. “Como uma cobrança do Estado poderia estar em nome de uma pessoa? Ele começou a desconfiar, e quando questionou, o golpista não respondeu mais. Depois, pesquisamos o nome do juiz e confirmamos que não havia nenhum juiz com aquele nome no lotacionograma do Tribunal de Justiça”, relata a advogada.

O juiz Marcelo Sousa Melo Bento de Resende, da 2ª Vara Criminal de Barra do Garças, alerta sobre esse tipo de golpe, que pode facilmente enganar quem não tem conhecimento jurídico. “Um documento falso pode enganar bastante o leigo. Com brasão e termos técnicos, uma pessoa sem formação na área pode achar que é verdadeiro. Nossa orientação é que, se alguém receber uma cobrança do Judiciário, procure um profissional jurídico de confiança ou entre em contato com a secretaria da vara. Existem diversos canais no Judiciário para ajudar a verificar a autenticidade”, ressalta.

O magistrado também destaca que golpes eletrônicos estão se tornando cada vez mais comuns, aproveitando as facilidades que a tecnologia proporciona. O mesmo canal de mensagens utilizado pelo Judiciário para comunicações oficiais, como o WhatsApp, é explorado por criminosos para aplicar golpes. “Todo cuidado é pouco; vale a pena se precaver para evitar esse tipo de problema e não se tornar alvo de golpistas”, conclui.

A orientação é que qualquer caso de estelionato seja comunicado às autoridades, com registro de boletim de ocorrência, para coibir essa prática criminosa.

 

Redação JA/Foto: reprodução

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