O deputado Carlos Avallone (PSDB), presidente da Comissão de Meio Ambiente da Assembleia Legislativa, coordenou mais uma reunião na sede do Batalhão de Emergências Ambientais (BEA) do Corpo de Bombeiros em Cuiabá. As reuniões acontecem todas as terças-feiras e reúnem todos os órgãos e instituições dedicadas ao enfrentamento dos incêndios. A reunião sistemática de todos os representantes do poder público estadual e federal, além de entidades da sociedade civil organizada, tem agilizado a tomada de decisões e a ação rápida e coordenada de cada órgão público envolvido.
“Temos aumentado bastante a capacidade de resposta do Estado aos incêndios. Da semana passada para esta aumentou muito a quantidade de máquinas e equipamentos colocados à disposição dos bombeiros, com recursos estaduais e federais. O governo federal liberou metade dos recursos que reivindicamos, R$ 8 milhões dos R$ 18 milhões pedidos, mas o dinheiro foi liberado rapidamente e foi possível contratar mais aviões, pagar combustível e horas-voo, além da locação de máquinas, caminhões pipa e outros equipamentos. E já estamos encaminhando novos pedidos de ajuda à União, pois aumentou o número de municípios que estão precisando de ajuda. Em agosto eram 27 municípios com seca extrema, em setembro aumentou para 72 municípios e a previsão para outubro não é boa. Estes municípios também devem ter decretada a situação de emergência e vamos reivindicar recursos federais também para estes municípios, além do atendimento à região da Baixada Cuiabana e Pantanal”, explicou o presidente da Comissão.
Avallone destacou que houve uma melhora climática na região Norte do estado, com ocorrência de algumas chuvas que reduziram os incêndios. A situação melhorou em Chapada dos Guimarães com o controle dos incêndios, mas a situação piorou no pantanal nos últimos dias. “Essa questão do pantanal volta a preocupar a todos nós, pois surgiu um incêndio no meio do Parque Estadual Encontro das Águas, num evento completamente atípico por sua localização. A Polícia está investigando para apurar a autoria do incêndio, que infelizmente tomou grandes proporções. Por isso estamos colocando mais equipamentos e brigadistas na região da Transpantaneira, fazendo também novos aceiros para evitar a chegada do fogo às margens da rodovia. Nos próximos 45 dias a previsão é de continuidade da seca e isso é preocupante pois as chuvas se concentraram no norte mas não chegaram ainda ao pantanal”, disse o deputado.
Reuniões agilizam ações
Para o deputado, estas reuniões semanais que vem acontecendo por iniciativa da Comissão de Meio Ambiente desde o final de agosto tem sido fundamentais no planejamento das ações coordenadas entre todos os órgãos públicos estaduais e federais. “Fizemos um planejamento muito bom para o combate aos incêndios este ano, houve mais investimentos do governo estadual, mas a seca e o calor superaram todas as expectativas. Este ano também temos um problema com a utilização do contra-fogo. Esta técnica, que se bem utilizada impede a expansão dos incêndios, está sendo utilizada indevidamente por muitas pessoas. Precisamos normatizar esta questão do contra-fogo, que em muitos casos está gerando novos incêndios”.
Carlos Avallone ressaltou que estas reuniões estão servindo também para definir o planejamento das ações para 2025, prevendo com antecipação a necessidade de recursos orçamentários e financeiros para a locação de equipamentos, caminhões-pipa, máquinas pesadas e aeronaves e contratação de brigadistas para atender de todas as regiões nos períodos críticos de seca.
“Tem sido gratificante ver o comprometimento e os resultados das ações coordenadas de todos os entes públicos e privados envolvidos no combate aos incêndios, a começar pelos Bombeiros, passando pelas ações da Defesa Civil, Sinfra, Sema, Exército e Marinha, Delegacia Especializada do Meio Ambiente (Dema), Ibama, ICMBio, brigadistas contratados e voluntários, fazendeiros, donos de pousadas, prefeituras e entidades ambientalistas. Nunca houve uma articulação tão grande no combate aos incênios e graças a ela pudemos evitar situações como as registradas em 2020 ou recentemente no vizinho estado de Mato Grosso do Sul. Mas a emergência ambiental deve continuar nos próximos anos e por isso estamos aumentando a capacidade de combate aos incêndios agora e prevendo as ações para 2025”, finalizou.