Na última segunda-feira (31/3), o presidente do Conselho Federal da OAB, Beto Simonetti, pediu ao ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, que a Polícia Federal assuma a investigação de fraudes eletrônicas relacionadas ao uso indevido das identidades de advogados e servidores públicos.
Simonetti justificou que a federalização da investigação é necessária não apenas pelo meio utilizado, que é a internet, mas também pela abrangência geográfica dos golpes, que vão além das jurisdições estaduais e afetam a segurança jurídica dos credores.
Essa decisão foi fruto de uma deliberação unânime no Colégio de Presidentes das Seccionais da OAB, realizada em 22 de março, onde foi discutida a crescente preocupação com o “golpe do falso advogado”. Este crime tem se tornado mais sofisticado e se disseminado por todo o Brasil, prejudicando cidadãos que esperam por pagamentos judiciais, como precatórios e Requisições de Pequeno Valor (RPV).
Conforme informações da OAB, os golpistas se utilizam de dados públicos sobre processos e de sistemas informatizados para acessar informações sensíveis das vítimas. Com essas informações, eles simulam comunicações oficiais, se passando por advogados ou servidores do Judiciário, e induzem as vítimas a realizar transferências bancárias indevidas.
No ofício enviado ao ministro Lewandowski, a OAB ressalta que essas fraudes, devido à sua natureza cibernética e ao impacto interestadual, justificam a intervenção da Polícia Federal. A entidade também destaca o efeito negativo que essas práticas têm sobre a credibilidade do Sistema de Justiça e a confiança da sociedade na advocacia formal.
Adicionalmente, a OAB reafirma seu compromisso de colaborar com as investigações, fornecendo informações que possam ajudar na resolução desses crimes, reforçando sua função na proteção da classe advocatícia e da população contra ações fraudulentas.
Carta de Manaus
Após uma análise sobre o “golpe do falso advogado”, o Colégio de Presidentes divulgou uma carta delineando um plano de ações para combater essa frauda, que inclui:
- Propor um protocolo de solicitação ao Ministério da Justiça, ao CNJ e ao Governo Federal para federalizar ações, investigações e campanhas de enfrentamento ao golpe dos falsos advogados, sugerindo a formação de grupos técnicos de trabalho, além de ações para garantir o acesso seguro e regular a dados processuais, utilizando inteligência artificial para cruzar dados e unificando os canais de denúncia em nível nacional.
- Sugerir à Escola Superior de Advocacia (ESA) Nacional a criação de campanhas e cursos em todo o país sobre os golpes dos falsos advogados, deepfake, autenticação, uso de Inteligência Artificial (IA) e da Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD), envolvendo o Ministério da Justiça e o CNJ, e promovendo uma comunicação integrada entre as Seccionais, incluindo a celebração de termos de cooperação com órgãos do Sistema de Justiça e de Segurança.
- Designar a Procuradoria-Geral da OAB para realizar um estudo sobre a viabilidade de entrar com uma Ação Civil Pública contra os golpes de falsos advogados.
Redação JA/ Foto: Assessoria OABCF

Clique abaixo e veja também>
Proteção Anti DDOS. Para seu website
Servidor dedicado no Brasil. Personalizado conforme você precise.
Servidor VPS no Brasil. Personalizado conforme você precise.
Hospedagem compartilhada para seus projetos online
Hospedagem Claud para seus projetos online