Para Fernando Lottenberg, Comissário da OEA para o Monitoramento e Combate ao Antissemitismo, data é importante diante da trivialização do Holocausto que vem ocorrendo em várias partes do mundo
Na manhã desta terça, 30, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva sancionou o projeto de lei que institui o Dia Nacional da Lembrança do Holocausto. A medida foi aprovada pela Comissão de Educação e Cultura do Senado em junho e publicada no Diário Oficial da União (DOU) desta terça-feira (30).
Com a aprovação, o Dia Nacional da Lembrança do Holocausto será celebrado em 16 de abril. Para Fernando Lottenberg, Comissário da Organização dos Estados Americanos (OEA) para o Monitoramento e Combate ao Antissemitismo, “trata-se de um gesto importante por parte do governo e do Congresso brasileiro, em especial em um momento no qual a trivialização do Holocausto ou comparações impróprias vêm ocorrendo em várias partes do mundo, com a relativização e até a negação de sua existência”.
Lottenberg explica que a data escolhida “se justifica em razão de se tratar do dia do falecimento de Luiz Martins de Souza Dantas, diplomata brasileiro que salvou centenas de vidas enquanto era Embaixador do Brasil em Paris, entre 1940 e 1941. No Yad Vashem, o Museu do Holocausto de Israel, ele é reconhecido como um ‘Justo entre as Nações’”.
De acordo com o projeto de lei que institui a data, “seu objetivo é honrar a memória das vítimas do Holocausto e refletir sobre as lições aprendidas desse período sombrio da história”.
Lottenberg lembra que negar a existência do Holocausto é um dos exemplos práticos considerados antissemitismo, de acordo com a definição de antissemitismo da Aliança Internacional para a Memória do Holocausto, a IHRA, documento que já foi adotado por mais de 40 países.
“Aqui no Brasil, membro observador da IHRA, sete estados já aderiram ao documento e estamos empenhados em ampliar essa lista, acreditando que se trata de um passo fundamental para levar mais informação para a sociedade, assim como a instituição dessa data deve igualmente ajudar. A informação é uma ferramenta essencial no combate ao discurso de ódio e à intolerância”, ressalta Lottenberg.
Redação JA com informações da assessoria imprensa / Foto: reprodução