Empresária acusada do assassinato do advogado Renato Nery teria dito a jornalista que “ele não viverá para gastar o que me tomou”

Empresária acusada do assassinato do advogado Renato Nery teria dito a jornalista que "ele não viverá para gastar o que me tomou"

A empresária Julinere Goulart Bentos é acusada de ser mandante do assassinato do advogado Renato Nery, que ocorreu em julho do ano passado em Cuiabá. Ela teria feito ameaças à vítima em um contexto de disputa judicial por terras contra Nery.

Essas alegações estão detalhadas na denúncia apresentada pelo Ministério Público Estadual contra Julinere e seu cônjuge, César Jorge Sechi, em relação à morte do advogado. Segundo o MPE, o jornalista Cláudio Roberto Natal Júnior relatou que ouviu Julinere afirmar que o advogado “não iria viver para gastar o que tomou dela.” Cláudio foi detido em 26 de maio na capitalsob suspeita de falsificação de documentos e por supostamente auxiliar escritórios de advocacia relacionados aos acusados.

A denúncia aponta que Julinere sentia um “profundo ressentimento” por Nery, demonstrando publicamente sua raiva e hostilidade em relação à vítima, a ponto de fazer ameaças de morte de maneira claraDe acordo com o relato de Cláudio Roberto Natal Júnior, durante as contendas judiciais, Julinere teria declarado que “ele não iria viver para gastar o que tomou dela.” Após a morte de NeryCláudio afirmou ter percebido que a ameaça se concretizou.

Portantoficou claro que a acusada, Julinere Goulart Bentos, moveu-se pela insatisfação diante de uma decisão judicial que favoreceu a vítima, Renato Gomes Nery, e organizou os contatos necessários para facilitar sua execução. Ademais, durante as investigações, a denunciada admitiuinformalmente, sua participação como responsável intelectual pelo homicídio,” afirma um trecho da denúncia.

Julinere e seu esposo, César Jorge Sechi, foram capturados em 9 de maio, em Primavera do Leste, e indiciados em 11 de julho por homicídio qualificado, motivado por razões torpes, promessa de recompensa, uso de meio que pode resultar em risco comum e recurso que impediu a defesa da vítima.

Motivação

Segundo a Polícia Civil, o casal e Renato Nery estiveram envolvidos em uma disputa judicial pela posse de terras localizadas no município de Novo São Joaquim, avaliadas em mais de R$ 30 milhões.

O processo envolveu a reintegração das áreas que Nery recebeu como pagamento por honorários advocatícios em uma ação na qual trabalhou por mais de 30 anos.

Outros envolvidos

No contexto da investigação sobre homicídio de Nery, foram indiciados na fase inicial policiais militares da Rotam, acusados de simular um confronto para vincular a arma usada no assassinato a supostos criminosos.

Os policiais identificados como Leandro Cardoso, Wailson Alessandro Medeiros Ramos, Wekcerlley Benevides de Oliveira e Jorge Rodrigo Martins foram indiciados em 30 de abril por homicídio qualificado, duas tentativas de homicídio, fraude processual e porte ilegal de arma de fogo.
No dia 1º de maio, Heron Vieira, supostamente envolvido na conspiração do crime, e o caseiro Alex Roberto de Queiroz Silva, identificado como o responsável pelos disparos, foram formalmente acusados de homicídio triplamente qualificado. As qualificadoras incluíram motivos torpespagamento ou promessa de recompensa e a utilização de um recurso que impediu a defesa da vítima.

Por sua vez, em 23 de junho, os policiais militares Jackson Barbosa e Ícaro Nathan Santos Ferreira também foram indiciados por homicídio triplamente qualificado, levando em conta a promessa de recompensa, o uso de meios que apresentavam risco ao público e a utilização de um recurso que impossibilitou a defesa da vítima.

O caso de homicídio

Renato Nery, ex-presidente da OAB-MT, foi baleado na cabeça no dia 5 de julho de 2024, enquanto chegava ao seu escritório na Avenida Fernando Corrêa, em Cuiabá.

Ele foi socorrido ainda com vida e rapidamente levado ao Complexo Hospitalar Jardim Cuiabá, onde passou por várias cirurgias, mas infelizmente não sobreviveu, falecendo no dia seguinte.

 

Redação JA / Foto: reprodução

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