O desembargador Orlando Perri, do Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJMT), defendeu a implementação de câmeras nos uniformes dos policiais do estado. Essa posição contrasta com a do governador Mauro Mendes (União Brasil), que insinuou que essa medida só seria adotada se fosse imposta a ele.
Perri argumenta que essas câmeras poderiam reduzir a violência e a truculência por parte dos agentes. Em uma coletiva de imprensa, ele afirmou: “Pessoalmente, considero que elas são essenciais. Elas ajudam a inibir a violência e o uso excessivo da força. Vejo com bons olhos a utilização de câmeras pelos policiais militares, agentes penais e civis, especialmente durante operações.”
Entretanto, o desembargador ressaltou que a decisão sobre a adoção das câmeras não é de sua alçada ou do TJMT, mas sim do governador. Ele lembrou que um julgamento anterior, relatado pelo ministro Rogério Schietti, foi anulado por Alexandre de Moraes, que reforçou que o Judiciário não pode impor obrigações ao Executivo.
Recentemente, o governador Mendes expressou sua forte oposição à ideia. Ele declarou: “Não podemos penalizar toda a categoria de segurança pública por causa de alguns indivíduos que cometem crimes. Isso representa uma inversão de valores. Colocar câmeras nos fardamentos é tratar nossos policiais como se fossem os criminosos a serem vigiados, enquanto eles são os que combatem o crime.”
Eduardo Botelho, presidente da Assembleia Legislativa de Mato Grosso, também se posicionou contra a medida. Embora reconheça que a tecnologia eventualmente será adotada, ele acredita que o momento atual não é apropriado, dada a luta contra as organizações criminosas. “As câmeras acabarão sendo implementadas, mas enquanto pudermos evitar, vamos evitar. Estamos em uma batalha significativa contra facções criminosas e, por isso, ainda não é a hora,” afirmou Botelho.
Redação JA/ Foto: reprodução