A fumaça das queimadas que se espalha por diversas regiões do país pode resultar em “chuva escura” em pelo menos seis estados neste fim de semana. Esse fenômeno já foi observado neste mês no Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná e São Paulo, e há expectativa de que se repita. A previsão indica que Mato Grosso do Sul e Mato Grosso também serão afetados.
Alguns municípios de Mato Grosso registraram chuvas de águas escuras neste sábado (14), como em Araputanga, Tangará da Serra, Campo Novo Parecis, Carlinda, Nova Canaã, Cáceres no Porto Jofre em Poconé Pantanal e outras que situam na bacia amazônica em Mato Grosso.
De acordo com o site O Globo, a chuva escura contém partículas provenientes das queimadas na Amazônia, no Cerrado e em outros biomas, formadas pela queima incompleta de materiais orgânicos, como combustíveis fósseis (carvão e petróleo) e biomassa (madeira e resíduos agrícolas). A coloração escurece quando as gotas de chuva se misturam com as partículas de fumaça e fuligem presentes no ar.
“Quando os materiais orgânicos não queimam completamente, ao invés de se transformarem apenas em dióxido de carbono e vapor de água, geram partículas finas de carbono negro e outros compostos. Essas partículas são muito pequenas, com diâmetros que variam de nanômetros a micrômetros, permitindo que permaneçam suspensas no ar por longos períodos e se desloquem por grandes distâncias”, explica a meteorologista Estael Sias, do MetSul.
Inadequada para consumo
A chuva escura possui odor de fumaça e não apresenta riscos significativos ao contato com a pele, mas a água resultante não é adequada para o consumo humano ou animal, devido à presença de contaminantes que ainda não foram totalmente identificados por especialistas.
Redação JA / Foto: reprodução
