O preço da carne pode cair a partir da metade de fevereiro, segundo o presidente da Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes (Abiec), Roberto Perosa. Ele explica que os valores pagos atualmente refletem a cotação do boi de dezembro, quando os preços no mercado estavam mais altos.
Em janeiro, a cotação do arroba, unidade que equivale a 15 quilos de boi gordo, caiu entre 8% e 10%, redução que deve chegar ao consumidor nas próximas semanas.
“A carne que estamos comendo hoje está mais cara porque é a de dezembro, quando os valores no mercado estavam mais altos. Até o meio de fevereiro já deve dar uma diminuída. Já estamos sentindo isso nos frigoríficos comparado com dezembro”, afirmou à CNN.
Em dezembro, o arroba do boi foi negociado a R$ 350. Já em janeiro, os valores variaram entre R$ 330 e R$ 320.
O preço das carnes é um fator de séria preocupação para o governo, pois o barateamento do item é promessa de campanha do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e impacta diretamente na popularidade do governo.
Em 2024, os alimentos de um modo geral geraram uma pressão inflacionária de 4,83% e o grupo Alimentação e Bebidas registrou aumento de 7,69%, com destaque para carne, café e leite.
O Índice de Preços ao Consumidor Amplo-15 (IPCA-15), prévia da inflação oficial do Brasil, apontou um aumento de 1,93% nos preços das carnes em janeiro.
Em entrevista para rádios mineiras nesta quarta-feira (5), Lula afirmou que quer se reunir com as indústrias da carne para discutir o que pode ser feito com relação aos preços.
“Tenho uma reunião essa semana com o pessoal da carne, com o Ministério da Agricultura para que a gente encontre uma solução para fazer com que esse alimento chegue na mesa do trabalhador compatível com o poder aquisitivo do trabalhador”, disse.
Apesar da sinalização do presidente, Perosa afirmou que ainda não recebeu convite para a reunião. No entanto, disse que conversou com o ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, sobre questões do setor.
O presidente da Abiec destacou que a indústria não tem propostas concretas neste momento para conter os preços porque as variações são conjunturais.
“Tem a questão do clima que no ano passado influenciou bastante, a alta do dólar, o crescimento da massa salarial. Não são coisas que dependem da indústria, são coisas conjunturais”, frisou.
Mesmo assim, ele defendeu apoio à intensificação da produção e a ampliação do programa de recuperação de pastagens degradadas. “Um plano safra robusto nesse sentido é bom. No resto, o setor está redondo, operando num momento muito bom”, afirmou.
Sem risco de desabastecimento
A alta no preço das carnes também foi citada pelo Comitê de Política Monetária (Copom) como um fator de pressão inflacionária.
Na ata divulgada nesta terça-feira (4), o Banco Central justificou que vai continuar acelerando em 1 ponto percentual a Selic – atualmente em 13,25% ao ano – porque vê que o “cenário de inflação de curto prazo segue adverso”, impulsionado pela alta no preço dos alimentos, em especial a carne, e pelo ciclo do boi.
“Os preços de alimentos se elevaram de forma significativa, em função, dentre outros fatores, da estiagem observada ao longo do ano e da elevação de preços de carnes, também afetada pelo ciclo do boi. Esse aumento tende a se propagar para o médio prazo em virtude da presença de importantes mecanismos inerciais da economia brasileira”, diz o documento.
Para Perosa, a avaliação do BC “não faz sentido”. Segundo ele, não há risco de desabastecimento e as exportações em janeiro foram dentro da média, sem impacto relevante nos preços.
“Não vamos ter um problema do ciclo pecuário e vamos ter um ano com supersafra de grãos que vai ajudar na terminação de animais. Quando isso acontece, ganha-se em produtividade, pois não enviamos para abate com 20 arrobas e sim com 22 arrobas. Não terá problema de suprimento, nem de produção, nem de preço”, garantiu.
Com vetos da tributária, exportação de cigarros e bebidas será taxada
Clique abaixo e veja também
Proteção Anti DDOS. Para seu website
Servidor dedicado no Brasil. Personalizado conforme você precise.
Servidor VPS no Brasil. Personalizado conforme você precise.
Hospedagem compartilhada para seus projetos online
Hospedagem Claud para seus projetos online