Advogado e namorado são preso por cárcere privado e apropriação de bens da sogra em Sorriso
Um advogado de 33 anos que foi preso em flagrante por manter sua sogra de 80 anos em cárcere privado e por cometer diversos outros crimes contra ela. Segundo as investigações, o advogado administrava remédios de forma excessiva, se apropriava dos bens da idosa e a induzia a assinar procurações.
As investigações tiveram início em janeiro, após uma denúncia anônima à Delegacia de Sorriso, informando que a idosa estava sendo mantida em cárcere privado pelo genro. A equipe de investigação ouviu diversas testemunhas, que relataram situações de violação dos direitos da idosa, incluindo a administração excessiva de remédios, apropriação de bens e induzimento à assinatura de procurações.
No dia da prisão, um neto da vítima procurou a delegacia e relatou que estava sendo impedido de visitar sua avó. Foi apresentado um vídeo em que o filho da vítima questionava a visita do neto e o impedia de levar a idosa para um passeio. Também foram apresentados documentos que evidenciavam violência patrimonial contra a idosa, incluindo uma alteração contratual que a impedia de receber rendimentos de uma loja de sua propriedade.
A equipe policial foi até a residência da vítima para realizar a prisão em flagrante, mas o filho da idosa conseguiu fugir. Durante o flagrante, foram apreendidos materiais e documentos, como um talão de cheques em nome da vítima e um caderno de anotações com tentativas de cópias de sua assinatura.
As investigações revelaram que o genro da vítima, por ser advogado, vinha se apropriando do patrimônio da idosa e gerenciando suas lojas. Ele tinha acesso às senhas dos cartões da vítima, era responsável por administrar os medicamentos e articulou a outorgação de uma procuração que lhe conferia amplos poderes sobre os negócios da idosa.
Outras irregularidades foram encontradas nas investigações, como o arrendamento de uma terra de propriedade da idosa, cujo valor era superior a R$ 1 milhão por ano, mas a vítima acreditava receber apenas R$ 18 mil por ano.
Foi encontrado um testamento público, datado de março de 2023, em que a idosa nomeava seu filho como testamentário, indicando-o como responsável pela posse e administração de seus bens. O genro da vítima era indicado como testemunha no documento.
Após a prisão, o advogado foi submetido a uma audiência de custódia, na qual foi liberado mediante o pagamento de fiança no valor de R$ 150 mil. Ele também recebeu a determinação de se afastar da casa da vítima e de suas lojas.
As investigações continuam em andamento, pois há evidências de que os suspeitos representam perigo para as testemunhas e qualquer pessoa que possa comprometer o esquema criminoso. Há também várias procurações e alterações contratuais realizadas sem o consentimento efetivo da vítima, colocando em risco a integridade de seu patrimônio.
Redação JA / Foto: reprodução