O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disse nesta sexta-feira (30) que se Gabriel Galípolo, indicado à presidência do Banco Central, ver a necessidade de aumentar a taxa básica de juros, não haverá problema. A declaração foi feita em entrevista à Rede Mais Rádios.
De acordo com o presidente, Galípolo tem o “perfil de uma pessoa competentíssima” e é “um brasileiro que gosta do Brasil”. Lula disse ainda que não o chamaria de gênio apenas por não gostar do termo.
“Se o Galípolo chegar um dia para mim e disser que tem que aumentar a taxa de juros, ótimo, aumente”, afirmou.
“No imaginário do mercado, o presidente do Banco Central tem que ser um representante do sistema financeiro, e eu não acho que tenha que ser. Tem que ser uma pessoa que goste desse país e que pense na soberania nacional. […] Se tiver que aumentar os juros, aumenta. Mas tem que ter uma explicação”, completou o petista.
A taxa básica de juros no Brasil é a razão principal dos embates entre Lula e Roberto Campos Neto, atual presidente do BC. O aumento da taxa é criticado com frequência pelo petista.
Durante a entrevista, Lula disse que Campos Neto age como político e não como economista. “Ele se oferece em reuniões políticas, coisa que não deveria acontecer. A taxa de juros no Brasil hoje não tem explicação”, disse.
Na manhã desta sexta-feira, Lula oficializou a indicação de Galípolo ao encaminhá-la ao Senado Federal. O economista ainda precisa passar por sabatina no Congresso antes de poder assumir. O mandato de Campos Neto termina em 31 de dezembro de 2024.
A CNN procurou o Banco Central para comentar as declarações do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e aguarda retorno.
*Sob supervisão de Marcelo Freire