Dallas Bar: STJ mantém prisão de William Gordão por lavagem de dinheiro do Comando Vermelho

‘William Gordão’ nega ser dono do Dallas Bar, mas STJ mantém prisão por lavagem de dinheiro ao CV

O Superior Tribunal de Justiça (STJ) decidiu manter a detenção de William Aparecido da Costa Pereira, conhecido como “William Gordão”, um dos alvos da Operação Ragnatela, que investigou um suposto esquema de lavagem de dinheiro do Comando Vermelho através de shows e casas noturnas em Cuiabá. A decisão foi tomada no dia 20 pelo ministro Herman Benjamin, que rejeitou o pedido de habeas corpus feito pela defesa do acusado.

Os advogados de William alegaram que ele não tinha responsabilidade sobre as transações financeiras realizadas no Dallas Bar, um dos estabelecimentos utilizados pela facção para lavar dinheiro. Eles pediram a revogação da prisão, argumentando que outros investigados, como Rodrigo Leal e Elzyo Jardel Xavier Pires, haviam recebido liberdade provisória.

Entretanto, o ministro esclareceu que o pedido ainda não havia sido apreciado pelo Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJMT), o que impediu qualquer intervenção do STJ neste momento.

William Gordão permanece detido, enfrentando acusações de associação criminosa e lavagem de dinheiro. De acordo com o Grupo de Atuação Especial Contra o Crime Organizado (Gaeco), ele seria um “testa de ferro” de Joadir Alves Gonçalves, considerado o líder da organização criminosa. O esquema também teria a participação de agentes públicos, incluindo o vereador afastado Paulo Henrique de Figueiredo (MDB), que é acusado de liderar um grupo que facilitava a liberação de alvarás mediante pagamento de propina.

As investigações revelaram que os dados de William foram utilizados para a aquisição do Dallas Bar e que ele movimentou somas milionárias que não condiziam com sua renda declarada. Ele também estaria vinculado a outras empresas criadas pelo Comando Vermelho para sustentar o esquema de lavagem de dinheiro.

No total, 14 pessoas foram denunciadas pelo Ministério Público de Mato Grosso (MPE) na Operação Ragnatela, que expôs como a facção criminosa utilizava eventos e shows com artistas renomados para disfarçar a origem ilícita dos recursos. Com a decisão do STJ, William Gordão seguirá preso enquanto o processo penal continua.

 

Redação JA/ Foto: reprodução

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