O ano de 2025 começou e, como todo início de ano, traz consigo um momento de balanço e renovação. É a hora de analisar o que deu certo, corrigir o que precisa de ajustes e traçar estratégias para o futuro.
No agronegócio, planejar a safra é praticamente um ritual: escolher as melhores sementes, ajustar os insumos, organizar a logística.
Chegamos a um momento importante, de dar um passo além e colocar o planejamento energético no centro das decisões, lado a lado com o planejamento da safra.
No dia a dia do campo, a energia elétrica é tão essencial quanto o solo e a água. Irrigação, secagem de grãos, máquinas agrícolas — nada disso funciona sem energia. E, com os custos subindo e o consumo crescendo, entender como usar a energia de forma eficiente pode ser a diferença entre lucro e prejuízo.
Entre os custos mais expressivos para o agronegócio, destaca-se a energia elétrica. O setor depende fortemente da eletricidade, seja na irrigação, no armazenamento ou no beneficiamento de commodities.
Dessa forma, assim como a escolha de sementes, fertilizantes e estratégias de plantio exige estudo e preparo, o planejamento energético deve ser parte do calendário anual das propriedades rurais, sendo essa a base para um Ano Produtivo.
Algumas estratégias são fundamentais nesse planejamento energético, das quais destacamos:
– Revisão da Demanda Contratada: Ajustar a demanda contratada à realidade operacional é fundamental para evitar multas por ultrapassagem de demanda ou por demanda complementar, utilizando a sazonalidade de consumo a seu favor.
– Eficiência no Consumo: Investir em tecnologias de monitoramento e controle do consumo de energia permite identificar desperdícios e reduzir custos operacionais.
– Energia Renovável: O uso de energia solar fotovoltaica ou biogás transforma o produtor rural em gerador de sua própria energia, reduzindo a dependência da rede elétrica convencional.
-Manutenção Preventiva: Garantir que os sistemas elétricos e equipamentos estejam funcionando de forma eficiente reduz perdas e aumenta a confiabilidade.
Sustentabilidade e Competitividade Andam Juntas
Além de reduzir custos, o planejamento energético impacta positivamente a sustentabilidade do setor. Investir em fontes de energia renováveis, como solar e biogás, reduz as emissões de gases de efeito estufa e melhora a imagem do produtor no mercado internacional, onde exigências ambientais são cada vez mais rigorosas.
A eficiência energética não é mais uma escolha, é uma necessidade para garantir o sucesso do agronegócio. Em 2025, Mato Grosso, com sua posição de destaque na economia brasileira, tem a oportunidade de liderar um novo momento no setor.
Integrar o planejamento energético ao planejamento da safra é mais do que uma estratégia: é uma forma de construir um modelo de produção que seja sustentável, lucrativo e preparado para atender às demandas do mercado global.
Por Diogo Vogel – Engenheiro Eletricista, Especialista em Gestão de Energia no Agronegócio.