Tribunais de Justiça recebem série nacional de seminários sobre recuperação e falência empresarial

Tribunais de Justiça recebem série nacional de seminários sobre recuperação e falência empresarial

Em um momento marcado por incertezas econômicas e aumento de pedidos de recuperação judicial no Brasil, o Ibajud – Instituto Brasileiro da Insolvência lança uma série nacional de debates com foco na reestruturação empresarial. O Seminário Brasileiro da Insolvência Empresarial, realizado em parceria com Tribunais de Justiça estaduais, busca aproximar o conhecimento técnico das instâncias decisórias do Judiciário, reunindo ministros, magistrados, acadêmicos, advogados, administradores judiciais e especialistas renomados do setor para discutir os desafios e as perspectivas da reestruturação das empresas no país.

O primeiro evento acontece no dia 24 de abril, no Auditório do Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul (TJ-RS), em Porto Alegre. Ao longo de 2025, o Seminário Brasileiro de Insolvência Empresarial se estenderá a outros tribunais pelo país — com etapas já previstas em cidades como Campo Grande, Londrina, Cuiabá, Florianópolis, São Paulo e Salvador.
“A nossa proposta é jogar luz sobre as boas práticas e os gargalos dos processos de soerguimento empresarial no Brasil. Ao promovermos essa discussão dentro dos próprios tribunais, colocamos especialistas e operadores do direito em contato direto com o ambiente onde essas causas são julgadas, contribuindo para aperfeiçoamento do sistema de justiça, alinhando-o cada vez mais à complexidade econômica e social das empresas”, afirma Breno Miranda, presidente do Ibajud.
Para Luiz Trindade, coordenador acadêmico do Ibajud, o grande mérito do projeto está justamente na produção de conhecimento prático e relevante em um ambiente onde as decisões impactam o futuro das empresas em dificuldade financeira. “Queremos provocar uma reflexão aprofundada sobre as tendências emergentes da área. Os seminários serão um espaço de inquietude construtiva, onde os participantes terão um novo olhar sobre os desafios e soluções na reestruturação empresarial”, destaca Luiz.
Temas urgentes, debates estratégicos
Com painéis dinâmicos e construídos para facilitar o diálogo, o seminário vai mergulhar em tópicos que vêm pautando os tribunais, os escritórios de advocacia e as mesas de negociação empresarial. Entre os temas estão as decisões judiciais mais recentes e seus desdobramentos, as novas direções nos processos de reestruturação empresarial, e o papel decisivo da atuação multidisciplinar entre todos os agentes envolvidos na recuperação de empresas em crise, como devedores, credores, fundos de investimento, advogados, procuradores e magistrados.

Neste ano em que a Lei nº 11.101/2005, que rege a recuperação judicial, extrajudicial e a falência no Brasil, completa duas décadas de vigência, o evento também propõe uma análise crítica da trajetória da legislação falimentar nos últimos anos, além de discutir casos emblemáticos de insolvência, com foco em estratégias bem-sucedidas e aprendizados extraídos da prática.

Inscrições gratuitas
O Seminário de Insolvência Empresarial, organizado por Luigi Trindade e Jorge Campos — diretor institucional do Ibajud —, é gratuito e aberto a profissionais das áreas jurídica, econômica e de administração judicial, além de estudantes e interessados em reestruturação de empresas. As inscrições para a edição de Porto Alegre já estão abertas e podem ser realizadas pelo link: LinkSeminarioPorto_Alegre

A agenda completa dos próximos eventos pode ser acompanhada no site oficial do Instituto e em suas redes sociais.
Recuperações em alta impulsionam debate
Desde 2021, o Brasil vivencia um crescimento constante nos pedidos de recuperação judicial. De acordo com dados da Serasa Experian, em 2025, os pedidos de recuperação judicial no Brasil iniciaram o ano em alta, com um aumento de 8,2% em relação ao mesmo mês de 2024. Esse número foi o maior já registrado para janeiro desde a criação do mecanismo em 2005. Micro, pequenas e médias empresas lideraram os pedidos, com 79,6%, pressionadas pelo crédito caro, inadimplência, aumento dos custos operacionais e retração no consumo. O resultado aprofundou a tendência preocupante de 2024, quando houve um salto de 61,8% nos pedidos em relação ao ano anterior, totalizando 2.273 solicitações.

Por: Lauri Pereira- Studio Cria/ Foto: reprodução

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