Nesta sexta-feira (6), a Polícia Federal (PF) e a Controladoria-Geral da União (CGU) deram início à operação Panaceia em Cáceres e Cuiabá, Mato Grosso. O objetivo é investigar crimes relacionados a fraudes em licitações e associação criminosa, que resultaram em desvio de recursos do Sistema Único de Saúde (SUS).
Os agentes estão cumprindo 15 mandados de busca e apreensão, um mandado de prisão temporária e afastando dois servidores públicos de suas funções. Além disso, foi decretado o bloqueio de R$ 5,5 milhões.
As investigações, que também contaram com a colaboração da CGU, revelaram irregularidades em contratações realizadas para o Hospital Regional de Cáceres. Segundo as apurações, as fraudes começaram durante a pandemia de COVID-19, quando servidores públicos e agentes privados se uniram para redirecionar recursos da saúde para um grupo restrito de empresas, cujos sócios têm conexões entre si, limitando a concorrência.
Antes da assinatura dos contratos, a Procuradoria Geral do Estado de Mato Grosso (PGE) já havia emitido um parecer alertando sobre as irregularidades aos envolvidos, mas as contratações continuaram.
Até agosto de 2024, os recursos federais destinados às empresas ligadas ao grupo investigado totalizaram cerca de R$ 55 milhões, com a maior parte dos repasses ocorrendo durante a pandemia.
O Hospital Regional de Cáceres é uma instituição de referência para 23 municípios, atendendo cerca de 400 mil habitantes, segundo a Secretaria de Saúde de Mato Grosso (SES/MT).
Redação JA/ Foto: PFMT