O Ministério Público Estadual denunciou mãe, filho e cunhado pela morte de duas pessoas em Peixoto de Azevedo. O promotor de Justiça, Alvaro Padilha de Oliveira, pediu a manutenção da prisão preventiva deles e, ainda, uma indenização de R$ 2 milhões para familiares das vítimas e os sobreviventes do ataque.
A pecuarista Inês Gemilaki, de 48 anos, o filho dela, Bruno Gemilaki Dal Poz, de 28, e o cunhado, Eder Gonçalves Rodrigues, de 40, se tornaram réus pelo crime.
Márcio Ferreira Gonçalves, marido de Inês, não foi denunciado (leia mais abaixo). Morreram no crime os idosos Pilson Pereira da Silva e Rui Luiz Bogo e sobreviveram ao ataque Enerci Afonso Lavall, alvo principal da família, e o padre José Roberto Domingos, que levou um tiro na mão.
“No dia 21 de abril de 2024, por volta das 15h38min, os denunciados Bruno Gemilaki Dal Poz, Edson Gonçalves Rodrigues e Inês Gemilaki conscientes da ilicitude e reprovabilidade de suas condutas, com animus decandi, por motivo fútil, ceifaram a vida de Pilso Pereira da Cruz e Rui Luiz Bogo utilizando-se de recurso que dificultou a defesa das vítimas”, disse o promotor em trecho da denúncia.
Os valores requeridos pelo promotor como indenização para familiares e vítimas foi de R$ 1 milhão para parentes de Pilso, R$ 700 mil para familiares de Rui Luiz e de R$ 150 mil para Erneci e o padre José Roberto (para cada um deles).
A família responde por dois homicídios qualificados, por motivo fútil e recurso que dificultou a defesa das vítimas, e duas tentativas de homicídio qualificado.
Sem denúncia
O promotor decidiu não indiciar Márcio Ferreira Gonçalves, marido de Inês, pelo crime, porque ele não estava presente no momento das execuções.
“Ministério Público deixa de oferecer denúncia contra ele pela prática do homicídio qualificado e tentado, uma vez que, conforme demonstrado nos autos, não estava presente no momento da execução”.
No entanto, como ele prestou apoio após o crime, segundo o promotor, pode ser enquadrado no delito descrito no artigo 348 do Código Penal. “Favorece ou auxilia o autor do crime a esquivar-se da ação da autoridade pública”, diz trecho do artigo.
“Todavia, verifica-se a exclusão de pena em relação ao delito descrito no artigo 348 do Código Penal, uma vez que o indiciado é parente, sendo ascendente por afinidade do denunciado Bruno Gemilaki, cônjuge da denunciada Inês Gemilaki, além de ser irmão do denunciado Edson Gonçalves Rodrigues”.
O caso
Na tarde de 21 de abril a família foi até a residência onde estava seu alvo, Enerci, no Bairro Alvorada, e matou dois inocentes, segundo a Polícia Civil.
“O relatório de investigação policial (ID: 154396130 – Pág. 1) e todos os elementos colhidos confirmam que os denunciados realizaram a execução devido a uma dívida de Inês Gemilaki com a vítima Enerci, referente a um contrato de locação. Isso porque a denunciada residiu em um imóvel de propriedade da vítima, que ajuizou uma ação de cobrança contra ela”.
O crime foi filmado por câmeras de segurança, e as imagens mostram Inês portando um revólver, enquanto seu filho, o médico Bruno, segura uma espingarda.
Nos vídeos é possível ver que a mulher entra na casa e atira em uma das vítimas, que está deitada no chão, a poucos metros de distância.
Depois ela vai até outros dois homens, que se escondem atrás do sofá, e aponta a arma para um deles. Não é possível ver se ela atirou na segunda vítima.
Após os assassinatos, a família fugiu em uma Ford Ranger. Eder também aparece armado nas filmagens e teria auxiliado na fuga.
Por: LIZ BRUNETTO
DA Redação Midianews / Foto: reprodução