Investigação do CNJ contra juiz em Cuiabá-MT é prorrogada por acessar celular de advogado assassinado

O Conselho Nacional de Justiça (CNJ) decidiu prorrogar por mais 140 dias o Processo Administrativo Disciplinar (PAD) que investiga a conduta do juiz Wladymir Perri, ex-titular da 12ª Vara Criminal de Cuiabá. Ele é alvo de investigação por supostas irregularidades na condução do inquérito sobre a morte do advogado Roberto Zampieri.

A decisão foi unânime e ocorreu durante uma sessão virtual na última sexta-feira (13), sendo publicada na terça-feira (17). O novo prazo começa a contar a partir de 30 de abril de 2025.

A conselheira Daniela Pereira Madeira relatou a decisão, que foi aprovada pelos demais conselheiros do CNJ. O processo está sob segredo de Justiça.

O PAD foi instaurado em dezembro de 2024, por ordem do corregedor nacional de Justiça, ministro Mauro Campbell Marques, após a análise de documentos que apontaram um possível desvio de função por parte do juiz.

Entre os atos questionados estão o confisco do celular da vítima sem autorização judicial e sem permitir que as partes tivessem acesso ao conteúdo, além da abertura de envelopes lacrados sem a presença da defesa. O corregedor considerou que esses fatos indicam uma quebra da cadeia de custódia das provas.

Em sua defesa, o magistrado alegou que coletou os materiais para proteger a identidade da vítima.

Outras investigações arquivadas

Wladymir Perri também foi alvo de outras investigações disciplinares, que foram arquivadas. Em abril deste ano, o CNJ arquivou uma reclamação relacionada ao caso em que o juiz deu voz de prisão à mãe de uma vítima de homicídio durante uma audiência no Fórum de Cuiabá, em setembro de 2023.

Além disso, em novembro do ano passado, foi arquivada uma reclamação por suposta “conduta temerária” na condução de processos na 12ª Vara Criminal. Atualmente, Perri exerce suas funções na 3ª Vara Criminal de Várzea Grande.

Redação JA/ Foto: reprodução