O desembargador Orlando Perri, do Tribunal de Justiça de Mato Grosso, declarou à imprensa que, em sua visão, a simples implementação de leis mais severas não é suficiente para combater a criminalidade em Mato Grosso e no Brasil. Ele enfatizou que a verdadeira mudança no país depende de aspectos culturais, educacionais e sociais, como o estudo, o trabalho, a inclusão social e a erradicação da pobreza, que são fatores cruciais relacionados à criminalidade.
Perri argumentou que, se essas questões não forem abordadas, endurecer as penas será ineficaz. “Não podemos criminalizar todos os comportamentos. Muitas vezes, o Congresso está agindo de forma equivocada, acreditando que a punição de cada ato humano trará a mudança necessária, apenas aumentando o número de prisões”, afirmou.
Ele também ressaltou a importância de cuidar da população e erradicar a pobreza, que considera um fator determinante para o aumento da criminalidade. Durante uma audiência pública no Tribunal de Justiça, Perri destacou que a “certeza da impunidade” é um dos elementos que alimentam a criminalidade. “O que o cidadão deve temer e respeitar é a aplicação da lei. O problema é que vivemos em um país onde a impunidade é prevalente. Para se ter uma ideia, apenas 30% dos homicídios são resolvidos. Se os criminosos soubessem que seriam punidos, não precisaríamos discutir o endurecimento das penas”, concluiu.
Redação JA/ Foto: reprodução