A situação era oposta entre 2005 e 2012: prefeitos de primeiro mandato gastavam R$ 368 per capita a mais do que os de segundo mandato nos três primeiros anos, mas a despesa era similar no último ano.

O perfil dos gastos também mudou. Entre 2005 e 2012, prefeitos de primeiro mandato gastavam mais com saúde (R$ 84 a mais per capita) e educação (R$ 92 a mais per capita) nos três primeiros anos.

Já entre 2013 e 2020, tais prefeitos passaram a gastar mais com funções de administração (R$ 71 per capita) e legislativa (R$ 25 per capita), que incluem folha de pagamento — ou seja, despesas ligadas à máquina pública.

A injeção de recursos também mudou. No primeiro período analisado, os incentivos ficavam diluídos entre o primeiro e o terceiro ano de mandato. A partir de 2013, as transferências passaram a se concentrar no ano eleitoral. Esse segundo período coincide com a expansão das emendas parlamentares.

A pesquisa envolveu dados de todos os municípios brasileiros entre 2005 e 2020, com foco naqueles em que prefeitos eleitos ganharam por uma margem apertada — o que representou de 65% a 77% dos municípios, a depender do ano.