A Polícia Civil de Mato Grosso, por meio da Delegacia Especializada de Roubos e Furtos de Primavera do Leste, está realizando a Operação La Catedral. A operação tem como objetivo o cumprimento de 132 ordens judiciais, incluindo prisões preventivas, buscas e apreensões, bloqueios de contas bancárias e sequestro de bens móveis e imóveis. A investigação está focada nos crimes de corrupção passiva, corrupção ativa, lavagem de capitais e facilitação de saída de pessoa presa para atividades ilegais.
Os mandados estão sendo cumpridos em cidades de quatro estados: Primavera do Leste, Paranatinga e Dom Aquino (MT); Uberlândia (MG); Rio Verde (GO) e Santana do Araguaia (PA).
A investigação, que durou quase um ano, reuniu diversas informações obtidas por meio de relatórios financeiros e investigativos. A polícia identificou atividades ilegais envolvendo pessoas presas e o diretor da cadeia pública de Primavera do Leste. Foi descoberta a existência de uma associação criminosa que se formou para obter facilidades, movimentar dinheiro ilícito e promover a lavagem de capitais por meio de empresas de construção. Além disso, ofereciam vantagens ilícitas a servidores públicos.
Para dar legitimidade aos valores recebidos, os investigados utilizaram terceiros e pessoas jurídicas para movimentar o dinheiro ilícito. Também adquiriram veículos e imóveis para dar aparência de legalidade aos recursos.
Janderson Lopes, apontado pela Policia Civil como líder do esquema criminoso, foi alvo dos mandados de prisão preventiva, busca e apreensão, bloqueio de valores e sequestro de bens. O diretor da cadeia pública de Primavera do Leste foi alvo de busca e apreensão, bloqueio de bens e afastamento do cargo.
A investigação também identificou transações financeiras entre os investigados, conforme revelado em relatórios de inteligência do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (COAF). Essas transações confirmaram os vínculos típicos de uma associação criminosa. Durante um período de aproximadamente dez meses, foram realizadas movimentações bancárias que variam de 485 mil a 24 milhões de reais. Além das transações entre os próprios investigados, eles também receberam créditos e realizaram depósitos em contas bancárias de presos ou familiares de presos.
A Operação La Catedral recebeu esse nome em referência à prisão onde o narcotraficante Pablo Escobar ficou detido na Colômbia. Na prisão de La Catedral, Escobar continuou comandando suas atividades ilícitas, como o tráfico de drogas, mesmo estando preso. A prisão contava com várias regalias, como salas de jogos, academia e campo de futebol, e Escobar organizava festas com bebidas, drogas e mulheres.
O cumprimento das ordens judiciais conta com a participação de policiais das unidades da Regional de Primavera do Leste, da Diretoria Metropolitana e da Diretoria de Atividades Especiais da Polícia Civil.
Redação JA / Foto: PCMT