Ibovespa sobe pela 8ª sessão seguida após surpresa positiva com inflação; dólar estabiliza em R$ 5,41

Dólar abre em queda após inflação desacelerar em junho

 

O Ibovespa avançou pela 8ª sessão seguida e o dólar ficou estável nesta quarta-feira (10), com investidores analisando dados positivos da inflação no Brasil e novas falas do presidente do Federal Reserve (Fed), Jerome Powell, nos Estados Unidos.

Já na pauta política, as atenções se voltam ao Congresso com expectativa de votação da regulamentação da reforma tributária pelos deputados. Caso seja aprovada, a medida ainda precisa ser chancelada pelo Senado.

A divisa norte-americana fechou a sessão praticamente de lado, com leve recuo de 0,01%, negociada a R$ 5,413 na venda, dando continuidade ao processo de arrefecimento visto na semana passada, após a cotação chegar a R$ 5,70.

Em linha com a queda dos juros por toda a curva, o principal índice do mercado teve alta de 0,09%, aos 127.218 pontos, alargando a sequência de alta para oito pregões seguidos. No período, o índice acumula alta de 2,7%.

Apesar do fechamento do azul, o índice fechou longe das máximas do dia, com pressão negativa de Vale (VALE3) e Petrobras (PETR4), as ações com maior peso no mercado doméstico.

Inflação surpreende para baixo

O Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) foi a 0,21% em junho, abaixo das expectativas dos analistas e apresentando desaceleração ante o avanço de 0,46% no mês anterior.

Em 12 meses, o indicador mostrou alta de 4,23%.

Os dados de junho mostram que a variação de preços foi puxada pelo segmento de alimentos e bebidas, com avanço de 0,44%, além de saúde, que subiu 0,54% no mês.

Apesar desse resultado positivo, a recente disparada do dólar, que bateu R$ 5,70 na semana passada, e o reajuste na gasolina anunciado pela Petrobras na segunda-feira (8) devem voltar a pressionar o índice no curto prazo, dizem economistas ouvidos pela CNN.

Reforma tributária

Na cena política, investidores aguardam pela votação do relatório da reforma tributária, prevista para esta quarta, na Câmara dos Deputados.

O texto protocolado durante a madrugada deixou as carnes fora da cesta básica de itens que terão isenção e manteve as armas sem incidência do chamado “imposto do pecado”, que taxará bens nocivos à saúde humana.

Ainda em Brasília, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que caso não sejam compensadas as perdas do Orçamento com a desoneração da folha 17 setores, se cumprirá a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) e retornará a cobrança dos impostos já neste ano.

Fed no radar

Em mais uma sessão de depoimentos no Congresso dos EUA, o presidente do Fed, Jerome Powell, disse que a política não desempenha nenhum papel nas escolhas que o banco central norte-americano terá que fazer quando se trata de política monetária.

“Tomamos as nossas decisões com base em dados econômicos” e nas expectativas sobre as perspectivas, disse Powell em painel do Congresso.

Na véspera, Powell já havia afirmado que a inflação “permanece acima” da meta de 2%, mas tem melhorado nos últimos meses.

O presidente ainda disse que “mais dados bons fortaleceriam” o argumento para cortes nas taxas de juros do Banco Central americano.

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