HOMICÍDIO: Procurador pede mudança em júri de assassino de mãe e filhas em MT

O procurador de Justiça João Augusto Veras Gadelha, da Procuradoria Criminal Especializada do Ministério Público de Mato Grosso (MPMT), emitiu um parecer contrário ao pedido de desaforamento apresentado pela defesa de Gilberto Rodrigues dos Anjos. Ele é réu por homicídios qualificados de quatro vítimas e por estupro de vulnerável de três outras, crimes ocorridos em 24 de novembro no município de Sorriso, localizado a 420 km de Cuiabá.

O pedido de desaforamento visava transferir o julgamento de Gilberto do Tribunal do Júri da Comarca de Sorriso para a Comarca de Cuiabá. A defesa argumentou que havia dúvidas sobre a imparcialidade dos jurados e preocupações quanto à segurança do réu.

No parecer, o procurador destacou que o desaforamento é uma medida excepcional, permitida apenas quando há uma necessidade clara de proteger a ordem pública, dúvidas sobre a imparcialidade do júri, ou riscos à segurança do acusado, conforme o artigo 427 do Código de Processo Penal. “Embora o caso tenha gerado grande repercussão, até mesmo em nível nacional, é um entendimento consolidado que a notoriedade dos fatos, por si só, não justifica o desaforamento”, ressaltou.

O procurador também observou que não existem evidências concretas de que os jurados da comarca estejam influenciados ou que não possam julgar com base nas provas apresentadas. “A confiança no Tribunal do Júri implica que seus membros consigam se desvincular de influências externas, o que é plenamente viável na comarca de origem”, afirmou.

Além disso, Gadelha rejeitou a ideia de que a mudança de Gilberto para a Penitenciária Central do Estado (PCE) em Cuiabá indique qualquer risco iminente durante o julgamento. Ele lembrou que o próprio juiz da comarca de Sorriso não se opôs à realização do julgamento na cidade.

Gilberto Rodrigues dos Anjos é acusado dos homicídios de uma mãe e suas três filhas, que ocorreram em Sorriso em 24 de novembro de 2023. Ele invadiu a residência da família e cometeu os crimes, e será levado a júri popular por essas acusações.