Repórter fotográfico em Mato Grosso terá de usar tornozeleira após agressão à ex-namorada

Repórter fotográfico em Mato Grosso terá de usar tornozeleira após agressão à ex-namorada

A Justiça de Mato Grosso determinou que o fotógrafo Marcelo José da Silva Figueiredo, conhecido como “Tchélo Figueiredo”, de 45 anos, investigado por violência física e psicológica contra sua ex-namorada, identificada como R.H.B., deverá utilizar tornozeleira eletrônica por um período de 90 dias.

A decisão foi proferida pelo juiz Marcos Terencio Agostinho Pires, da 2ª Vara Especializada de Violência Doméstica e Familiar Contra a Mulher de Cuiabá, e publicada na quinta-feira, 16 de outubro.

No despacho, o magistrado reduziu a distância mínima que Figueiredo deve manter em relação à vítima de mil metros para 500 metros e determinou a entrega de um botão do pânico à mulher. O não cumprimento das medidas resultará em sua prisão.

As medidas protetivas também se estendem aos dois filhos menores de R.H.B. O juiz ordenou a expedição urgente de um mandado de intimação ao fotógrafo, advertindo-o sobre a obrigatoriedade de cumprir integralmente as medidas protetivas, incluindo o afastamento da vítima e a abstenção de qualquer contato, sob pena de prisão preventiva.

Relato da Vítima

Em entrevista ao MidiaNews, R.H.B. relatou que a decisão foi tomada duas semanas após Figueiredo descumprir as medidas cautelares anteriores, que proibia sua aproximação a menos de mil metros dela e de seus filhos. Segundo a vítima, ele foi flagrado três vezes em uma conveniência próxima à sua residência, publicando fotos em seu Instagram enquanto consumia bebidas no local. Apesar de advertências da Patrulha Maria da Penha, isso não impediu o fotógrafo de frequentar a área.

“A gente mora no mesmo bairro, mas ele não pode estar próximo da minha casa, pois isso me coloca em risco. Eu também tenho o direito de ir e vir. No final de setembro, ele descumpriu a medida protetiva pela primeira vez, indo a um estabelecimento comercial na rua da minha casa”, contou.

R.H.B. afirmou que a presença do fotógrafo representa uma pressão psicológica significativa e que ele esteve perto de seus filhos em duas ocasiões. Após os descumprimentos reiterados, registrou um novo boletim de ocorrência, o que resultou na decisão de monitoramento eletrônico e na entrega do botão do pânico.

“O juiz entendeu que ele precisa de tornozeleira, pois não respeita a medida protetiva e debocha da Justiça. Isso tem me afetado psicologicamente. Estou com dificuldades para sair de casa e levar uma vida normal”, disse a vítima.

Ela destacou que sua rotina foi completamente alterada: “Para levar meus filhos à escola, tenho que entrar rapidamente no carro e sair. Para fazer compras, vou a bairros distantes. Minha vida profissional e psicológica está comprometida, tudo isso porque ele não cumpre a medida protetiva”.

O caso segue sob investigação da Polícia Civil.

Outro Lado

Procurado pela reportagem, o fotógrafo informou que se manifestará apenas por meio de seu advogado.

Redação JA / Foto: reprodução

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