Preso na Operação Sacramento, policial penal por facilitar entrada de celular em presídio em MT

A Polícia Civil de Mato Grosso deflagrou, na manhã desta segunda-feira (3), a Operação Sacramento, visando um policial penal suspeito de corrupção passiva e de facilitar a entrada de aparelhos celulares em estabelecimentos prisionais, quando estava lotado no Centro de Detenção Provisória de Pontes e Lacerda.

Além disso, ele é investigado por comércio irregular de armas de fogo e munições, embora seu nome não tenha sido divulgado.

Foram cumpridas seis ordens judiciais, sendo cinco em Pontes e Lacerda – quatro mandados de busca e apreensão e uma prisão preventiva do policial penal principal da operação – e uma busca e apreensão em Cuiabá, direcionada a outro policial penal.

A Corregedoria Geral da Secretaria de Estado de Justiça (Sejus) está acompanhando a operação, que é conduzida pela Delegacia Regional da Polícia Civil em Pontes e Lacerda, e já instaurou um procedimento administrativo para investigar a conduta dos dois servidores envolvidos.

De acordo com o delegado Gabriel Chadud, responsável pela investigação, as apurações indicaram que o alvo principal da Operação Sacramento facilitou a entrada de um celular no CDP de Pontes e Lacerda, recebendo dinheiro em troca.

“Ele teve contato com pessoas externas interessadas na entrada de um celular para um preso específico, negociou, recebeu o pagamento e intermediou a confirmação da entrada do aparelho, seja por ele ou por alguém ligado a ele”, explicou o delegado.

Esse policial penal já havia sido alvo de outra investigação da Polícia Civil, chamada Operação Assepsia, realizada em março deste ano, que apurou a venda de acesso à internet no CDP de Pontes e Lacerda, resultando em sua prisão. Desde então, ele foi afastado de suas funções e está usando uma tornozeleira eletrônica. A operação em questão é resultado da coleta de provas obtidas na primeira ação.

Comércio de Armas

O suspeito também é investigado por envolvimento na venda irregular de armas de fogo e munições. O outro alvo da busca e apreensão está relacionado a essa parte da investigação.

“Ele negocia com pessoas da cidade valores, calibres, modelos, pagamentos, transporte e envio de armas e munições, tanto de calibres permitidos quanto restritos, incluindo munições de fuzil, pistola e revólver”, afirmou o delegado Gabriel Chadud.

As investigações sugerem que o policial penal de Cuiabá pode ser um dos fornecedores de armas e munições para o policial de Pontes e Lacerda.

Nome da Operação

A denominação da operação, Sacramento, foi escolhida em razão de o investigado, além de ser policial penal, também exercer a função de pastor.