O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, rebateu críticas sobre a segurança das operações via pix. Segundo ele, há “narrativas muito fora da realidade”.
“Vejo alguns artigos dizendo que o número de fraudes aumentou muito. Aumentou muito porque muitas operações passaram a ser feitas por pix”, disse em palestra no evento Blockchain Rio 2024, promovido pelo Blockchain Rio, no Rio de Janeiro, nesta quarta-feira (24).
Mesmo assim, ele defendeu que os vazamentos que tiveram nos últimos anos foram apenas de dados que “não expõe” tanto o cliente, como números de telefone, nome completo e CPF.
Segundo o presidente do BC, o pix tem sete fraudes a cada 100 mil operações, enquanto cartões de créditos possuem 30 fraudes a cada 100 mil operações. Ao comparar com o equivalente do Pix na Inglaterra, o Faster Payments, possui 100 fraudes a cada 100 mil operações.
“Óbvio que quando você tem mais de 200 milhões de transações por dia, é óbvio que as fraudes crescem, mas estamos trabalhando na segurança para evitar isso”, frisou.
Campos Neto lembrou que o Banco Central vem trabalhando em novas funcionalidades, e que houve atraso no cronograma de lançamentos por causa da greve de funcionários do BC, mas que agora a atenção para a segurança voltou a ser o foco principal.
“Não adianta a gente fazer novas funcionalidades se não tiver segurança nas funcionalidades que eu já tenho”, pontuou. “Como começou a crescer muito mais o número de operações do que a gente imaginava, então a gente colocou um freio vamos focar um pouco mais nos itens de segurança”, disse.
O Pix foi lançado em outubro de 2020 e, desde o início, teve muita adesão. De acordo com Campos Neto, atualmente existem 765,5 milhões de chaves registradas no pix, com 151,2 milhões de pessoas e 14,6 milhões de empresas.
Em junho, foram registradas 5,3 bilhões de transações, um aumento de 60% em relação ao mesmo mês do ano passado, quando 3,3 bilhões de transferências foram realizadas. O maior número de operações registradas em um dia foi de 224,2 milhões.