Empreender no Brasil não é tarefa das mais fáceis. As empresas, cada vez mais, se veem diante de desafios, uma vez que o cenário empresarial se mostra competitivo e dinâmico, ainda mais quando consideramos as inovações constantes de tecnologia disponíveis.
Justamente por isso, a prevenção de litígios vem ganhando destaque e foco dentro das empresas. Isso porque ela surge como uma estratégia essencial, que visa garantir não apenas a reputação da empresa, como também a saúde financeira, uma vez que os gastos com a judicialização são altíssimos e representam grande parte do provisionamento empresarial.
A prevenção de litígios, uma área não tão conhecida dentro do cenário advocatício, consiste em um conjunto de ações que visam antecipar, identificar e mitigar potenciais conflitos, antes que eles se transformem em processos judiciais. Essas medidas ajudam na saúde financeira da empresa, uma vez que o custo com a prevenção é muito inferior ao custo da judicialização, como também promovem uma relação mais transparente e respeitosa com os consumidores.
Sabemos que os custos com litigância são altíssimos pois, além dos custos diretos com advogados, custas e indenizações, por exemplo, ainda temos os custos indiretos, que nem sempre são considerados pelos empresários a tempo. Esses custos indiretos podem ser tão ou mais danosos que os custos diretos, pois afetam diretamente a imagem da empresa e a sua reputação perante o mercado. Ainda, há que se considerar o desperdício de mão de obra, voltada exclusivamente a lidar com o processo, que muitas vezes já desgastou a relação com o consumidor.
Estudos apontam que a judicialização frequente pode comprometer, inclusive, a competitividade da organização e o seu valor de mercado, especialmente quando se pensa em setores onde a reputação é um ativo estratégico, como é nas relações de consumo.
Por outro lado, a prevenção de litígios permite uma abordagem proativa e educacional, reduzindo consideravelmente os custos para as empresas e notadamente melhorando sua imagem. A resolução do conflito no âmbito administrativo é, em regra, mais rápido, mais eficiente e mais econômico, além de evitar que o caso ganhe visibilidade e comprometa a reputação da empresa.
Prevenir sempre será melhor que remediar. Além do benefício econômico, temos o benefício social, no que tange a imagem e a reputação das empresas que se preocupam com a prevenção. Resolver problemas de maneira rápida, eficiente e transparente demonstra comprometimento com o consumidor e fortalece a relação de confiança.
Outro benefício da prevenção é a previsibilidade. Isso porque, com a coleta de dados é possível que as empresas mapeiem seus principais pontos de conflito e adotem medidas preventivas, permitindo a criação de soluções personalizadas, que estão um passo à frente do limite do consumidor, que o levaria direto ao judiciário.
A prevenção de litígios deve ser encarada como um investimento estratégico dentro das organizações, que gera resultados a curto, médio e longo prazo, além de reduzir custos, fortalecer a relação com os seus consumidores e melhorar a imagem e reputação da empresa no mercado, aumentando ainda mais a sua competitividade.
Empresas que compreendem a importância da prevenção de litígios não apenas economizam, mas também conquistam algo ainda mais valioso: a confiança de seus consumidores.
Renata Belmonte é especialista e gestora das áreas de Prevenção de Litígios e Recuperação de Créditos do Albuquerque Melo Advogados. É pós-graduada em Processo Civil pela Escola Paulista de Direito (EPD) e possui curso de especialização em Direito Civil pela Universidade de Coimbra; Arina do Vale é sublíder na área de Prevenção de Litígios e Recuperação de Créditos do Albuquerque Melo Advogados e pós-graduada em Processo Civil pela Universidade Cândido Mendes.
