Políticos de MT se solidariza a Bolsonaro é por medo de perder votos, diz Blairo Maggi

O ex-ministro da Agricultura e megaempresário Blairo Maggi (PP) criticou a postura de parte da classe política da direita em Mato Grosso, que se tem manifestado em solidariedade ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) por receio de alienar o eleitorado. Bolsonaro foi preso preventivamente no último sábado (22) pelo STF (Supremo Tribunal Federal) e iniciou o cumprimento de uma sentença que ultrapassa 27 anos de prisão na terça-feira (25), na sede da Polícia Federal em Brasília.

Maggi argumenta que muitos políticos, independentes de suas siglas, se posicionaram publicamente não por um genuíno apoio a Bolsonaro, mas motivados por interesses eleitorais.

“Assim que veio à tona a prisão, praticamente todos os partidos da direita, exceto os petistas, manifestaram solidariedade a Bolsonaro. Mas essa solidariedade é falsa. O que realmente os move é a preocupação em não perder os votos que ainda têm ao redor dele. Para mim, isso evidencia uma desconexão com a realidade, mas faz parte do jogo político”, afirmou.

Na eleição de 2022, Bolsonaro conquistou 65% dos votos em Mato Grosso, uma base significativa que reflete a polarização na sociedade.

Ao ser questionado sobre sua análise do processo e as razões por trás da condenação de Bolsonaro, Blairo destacou a profunda divisão existente na sociedade brasileira.

“Analisar o que ocorreu é difícil. Temos um país dividido, em que 50% vê um lado e os outros 50%, o oposto. Dentro da minha própria família e círculo de amigos, há debates acalorados. Uns afirmam que não houve golpe e, portanto, não deveria haver punição. Outros argumentam o contrário: ‘Houve uma tentativa e, se houve, precisa haver punição’”, observou.

“Eu acredito que a Justiça deve ter a palavra final. Se houver erros no processo judicial, com o tempo e à medida que as pressões diminuírem, poderemos ver algumas decisões serem revistas. Não sou jurista nem especialista, então, não posso afirmar em que medida isso ocorrerá,” completou.

Assista vídeo da coletiva: