SOCORRO LULA : Prefeito Abílio Brunini responsabiliza diretamente o Governo Federal pela crise econômica da prefeitura de Cuiabá-MT

O prefeito de Cuiabá, Abilio Brunini (PL), indicou que a situação financeira do município permanece desafiadora, atribuindo parte das dificuldades à administração do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

“Essa cautela não se deve apenas a Cuiabá, mas reflete a situação do nosso país”, explicou. Segundo ele, a falta de apoio financeiro do Governo Federal intensifica a crise enfrentada por Cuiabá, limitando a recuperação das contas públicas.

O prefeito responsabilizou o Governo Federal pela deterioração do cenário econômico nacional. “Observe as dificuldades do Governo Federal: não está conseguindo cumprir as metas fiscais, nem atrair investidores. Além disso, não consegui captar recursos na COP 30, nem com países aliados”, destacou em entrevista à rádio Vila Real.

Abilio também mencionou que a “instabilidade política” poderia afastar investimentos e impactar a credibilidade da União, afetando estados e municípios.

“Em Cuiabá, o impacto é semelhante. Sem apoio do Governo do Estado ou do Governo Federal para equilibrar nosso orçamento, temos que administrar com recursos limitados, buscando colocar Cuiabá nos trilhos”, afirmou.

O prefeito recordou o contexto de calamidade financeira que enfrentou no início de sua administração, caracterizado por atrasos salariais e dívidas com servidores, e ressaltou que o cenário financeiro ainda requer ajustes.

Ele comparou a situação atual da capital à experiência de Mato Grosso quando Mauro Mendes assumiu o governo após Pedro Taques, lidando com um déficit nas contas.

Abilio enfatizou que, para alcançar a estabilidade financeira que Mato Grosso desfruta hoje, Mendes precisou de quase oito anos de mandato. “Embora o estado de calamidade financeira tenha chegado ao fim, a necessidade de ajuste financeiro persiste. Herdamos uma prefeitura com grandes desafios, e levará tempo para colocá-la nos eixos”, concluiu.

MUDANÇA DE POSTURA:

Conhecido por seus vídeos provocativos nas redes sociais e por suas polêmicas with parlamentares de esquerda durante seu tempo como deputado federal, o prefeito de Cuiabá (MT), Abílio Brunini (PL), que se alinha à ideologia bolsonarista, agora enfrenta uma grave crise financeira em sua administração, apenas dez meses após assumir o cargo.

No início de sua gestão, Abílio descartou categoricamente a ideia de solicitar recursos ao governo de Lula, mas sua postura mudou drasticamente. Recentemente, ele passou a afirmar que busca apoio da União para enfrentar os problemas financeiros da cidade, o que levanta questões sobre suas declarações passadas. Na última semana, o prefeito admitiu a possibilidade de decretar calamidade financeira no município pela segunda vez em 2025.

Em declarações anteriores, Abílio destacou que “Cuiabá não precisa do dinheiro do governo Lula”, atitude que se refletiu em uma declaração realizada em 18 de setembro. Ele deixou claro: “Enquanto eu estiver à frente da prefeitura, não vou me unir a pessoas da esquerda, pois não gosto de dialogar com mentirosos”.

No entanto, com a deterioração da situação financeira, o discurso do prefeito começou a mudar. Em entrevistas, Abílio reconheceu que membros de sua administração estão buscando recursos junto ao governo federal. “Estamos articulando com diversas pessoas para tentar viabilizar projetos. Protocolamos pedidos no novo PAC e até agora conseguimos a liberação de quatro creches, mas mais de 40 projetos ainda aguardam aprovação”, explicou ele.

Abílio Brunini pondera a possibilidade de declarar calamidade financeira para evitar um agravamento do quadro fiscal, com estimativas indicando que a prefeitura pode terminar o ano com um déficit de até R$ 364 milhões—R$ 120 milhões apenas na área da saúde. O gestor ainda aponta que a Prefeitura de Cuiabá acumula cerca de R$ 1 bilhão em déficits a curto prazo.

“Não descartamos [o decreto de calamidade]. Estamos focados em contenção de despesas e tentando ajustar o orçamento ao que é possível. Sabemos que não fecharemos no zero a zero, mas faremos o que pudermos para alinhar as contas. Priorizar a saúde é fundamental”, afirmou Abílio. No dia 1º de outubro, ele anunciou um decreto de alerta financeiro focado na Secretaria Municipal de Saúde. Entretanto, esse tipo de decreto não altera as normas legais de contratações nem permite a dispensa de licitação, ao contrário de uma calamidade pública, que representa um estágio mais severo.

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