Presidente do TCE-MT declara que apenas 27 mil contratos de consignados são considerados válidos e cumprem critérios

Presidente do TCE-MT declara que apenas 27 mil contratos de consignados são considerados válidos e cumprem critérios

O Tribunal de Contas de Mato Grosso (TCE-MT) verificou que somente 27.331 dos 90.149 contratos de crédito enviados por instituições financeiras à plataforma Fiscaliza Consignados estão sem inconsistências.

Esses dados foram apresentados em um relatório aprovado pelo presidente do órgão, conselheiro Sérgio Ricardo, durante a sessão ordinária realizada nesta terça-feira (5).

“Entre os contratos que cumprem os critérios técnicos exigidos para a entrega, apenas 27 mil foram considerados válidos. O restante está em uma grande desordem”, declarou Sérgio Ricardo, enfatizando que o trabalho seguirá em frente. “Hoje, estamos entregando ao Executivo esses resultados com orientações e determinações, porém, ainda vamos chegar à conclusão sobre que se refere à desorganização e à desonestidade”, acrescentou.

No total, foram enviados 102 mil arquivos, incluindo contratos e documentos complementares, à Plataforma Fiscaliza Consignados, que foi criada para facilitar as análises. Conforme o presidente, mais de 60 mil acordos apresentados apresentam algum tipo de discrepância em relação aos dados da Secretaria de Estado de Planejamento e Gestão (Seplag), como falta de assinatura, divergência de CPF e dados do servidor incompletos, por exemplo.

A pesquisa também apontou instituições que ignoraram as notificações do Tribunal, como o Banco Master e a NIO Meios de Pagamento. Em contrapartida, os contratos enviados pelo Banco Inbursa e pelo Banco Arbi atenderam aos requisitos de regularidade mínimos e foram considerados válidos.

Agora, o documento será enviado à Seplag, que precisa notificar as empresas que não cumpriram as solicitações do TCE-MT. Além disso, a secretaria deve manter a suspensão dos descontos nos contratos da empresa Capital Consig, uma decisão já havia sido estabelecida pela própria secretaria em uma fiscalização anterior.

As determinações do TCE-MT também incluem a criação do Revisa Consignados. “O Estado irá disponibilizar uma plataforma para que cada servidor tenha acesso facilitadoalém de um telefone para contatoEles não terão mais dificuldades em encontrar ajuda. Essa é uma iniciativa do Tribunal que foi encaminhada dessa maneira e está orientando como proceder”, explicou o presidente.

Refinanciamento e educação financeira

Sérgio Ricardo também apoiou um programa de refinanciamento das dívidas e ações do Governo voltadas para a educação financeira dos servidores. “Vamos debater, junto a todas as partes, o projeto do Refis.  servidores enfrentando sérias dificuldades financeiras, pessoas que não estão recebendo quase nada ao final do mês, com mais de 10 empréstimos consignados.”

Para o vice-presidente do TCE-MT, conselheiro Guilherme Antonio Maluf, esse trabalho será um divisor de águas. “Precisamos que essa força-tarefa que será formada para revisar esses contratos ofereça um atendimento mais humano. Após a conclusão das atividades, isso mudará a forma como os consignados são concedidos aos servidores. Outro aspecto fundamental é a educação financeira, que deverá ser tratada com bastante atenção”, afirmou.
Mesa técnica contínua

aprovação do documento é uma das fases da mesa técnica que foi estabelecida pelo TCE-MT em maio para abordar alternativas para a crise do endividamento excessivo dos servidores públicos estaduais. Este trabalho é gerido pela Comissão Permanente de Normas, Jurisprudência e Consensualismo (CPNJur), sob a liderança do conselheiro Valter Albano, com relatoria do conselheiro Campos Neto.

Ao avaliar os resultados, o conselheiro Valter Albano sublinhou a relevância da supervisão externa diante da complexidade da questão. “A relação que geralmente é privada deve ser monitorada auditada. A quantidade de desinformação e desorganização é significativa. E sabemos que, frequentemente, a desordem interessava a quem emprestava com altas taxas.”

O conselheiro Antonio Joaquim também enfatizou a função do TCE-MT na facilitação de soluções. “O Tribunal está comprometido com a resolução e possui credibilidade. Isso nos faz progredir como organização. Os temas que foram solucionados ao longo dos anos têm nos proporcionado uma grande notoriedade e reconhecimento. As pessoas começam a perceber os tribunais de contas como uma ferramenta valiosa para resolução de questões.”

 

Redação JA/ Foto: reprodução

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