Deputado Wilson Santos desafia empresário a fazer delação e nega envolvimento em esquema de kits agrícolas

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O deputado estadual Wilson Santos (PSD) rejeitou, nesta quarta-feira (18), durante sessão na Assembleia Legislativa de Mato Grosso (ALMT), as acusações apresentadas em uma reportagem do UOL, que o associou a um suposto esquema de emendas de bancada para a compra de kits agrícolas com um alegado superfaturamento de R$ 10,2 milhões. A investigação revelou que os insumos incluíam itens como enxadas, carrinhos, garrafas térmicas e picaretas, totalizando 17 produtos.

Em um pronunciamento gravado, o parlamentar expressou que sua “imagem de homem público” foi “afetada” pela matéria. “Meu nome apareceu no UOL como um dos 14 deputados envolvidos em uma emenda de bancada, causando danos à minha imagem”, afirmou.

Wilson Santos também destacou que não direcionou recursos à empresa responsável pela venda dos kits, que supostamente pertence a Alessandro do Nascimento, identificado no inquérito como um dos beneficiários. Ele pediu enfaticamente que o empresário faça uma delação premiada à Polícia Civil para esclarecer sua suposta participação no esquema. “Quero incentivá-lo a realizar sua delação à Polícia Civil e esclarecer se […] o deputado Wilson Santos está envolvido nessa história, doa a quem doer”, disse.

A reportagem do UOL revelou que a investigação é parte da Operação Suserano, conduzida pela Delegacia de Combate à Corrupção de Mato Grosso. O inquérito menciona 14 deputados, um prefeito e um secretário de Estado, além de identificar R$ 10,2 milhões de sobrepreço na aquisição dos kits agrícolas destinados à Secretaria de Agricultura Familiar (Seaf-MT) pela Pronatur.

Alessandro do Nascimento, o empresário indicado como beneficiário, é descrito no inquérito como sócio oculto de uma rede que teria desviado parte dos recursos. Segundo o UOL, ele ainda não foi denunciado nem teve prisão decretada, mas foram encontradas anotações a seu favor que mencionam deputados.

Em sua defesa, o deputado ressaltou que as emendas são prerrogativas constitucionais da Assembleia e que todo o processo — desde o empenho até a entrega dos bens — ficou sob a responsabilidade das secretarias estaduais. Ele defendeu que quaisquer desvios devem ser investigados pelos órgãos competentes para que “os fatos sejam devidamente esclarecidos”.

Redação JA/ Foto: reprodução

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