Polícia Civil fecha posto clandestino em fazenda usado para abastecer garimpos ilegais em Mato Grosso

A Polícia Civil de Mato Grosso desmantelou, nesta quinta-feira (20), um posto de combustíveis ilegal situado em uma fazenda em Vila Bela da Santíssima Trindade, a 520 km de Cuiabá. O local abastecia garimpos clandestinos.

As investigações começaram após denúncias sobre a utilização da fazenda para o transporte e armazenamento de combustíveis, funcionando como um ponto de venda clandestino. Há cerca de duas semanas, um caminhão com 20 mil litros de diesel foi interceptado a caminho da mesma propriedade. Durante a abordagem, foram apresentadas notas fiscais em nome de duas pessoas, incluindo o marido da proprietária da fazenda, que é a responsável pelo local.

Na operação de quinta-feira, os policiais encontraram outro caminhão-tanque na estrada que leva ao garimpo. Ao ser parado, o motorista demonstrou nervosismo e informou que transportava mais 20 mil litros de diesel. A documentação fiscal verificou que a carga deveria ir para outra fazenda, mas as notas estavam ligadas às mesmas pessoas do caminhão abordado anteriormente.

Suspeitando da situação, os policiais se dirigiram à fazenda. Ao chegarem, notaram pessoas correndo e duas retroescavadeiras, uma das quais se dirigia para a mata, sugerindo uma tentativa de ocultação.

No local, a equipe encontrou uma estrutura improvisada que operava como um posto clandestino, equipada com uma bomba para abastecimento, coberta por uma tenda e disfarçada pela vegetação. Havia diesel espalhado pelo chão, depósitos de gasolina e geradores para o funcionamento do local.

Segundo o delegado João Paulo Berté, foram localizados 13 contêineres de mil litros de combustível, sendo três cheios e dez vazios. Em outra parte da fazenda, 22 contêineres foram encontrados, com nove deles cheios.

O delegado ressaltou que a Polícia Civil tem intensificado operações para combater o transporte ilegal de diesel nas estradas de garimpo. Como resultado, os garimpeiros têm buscado novas maneiras de operar, adquirindo grandes quantidades de diesel e utilizando fazendas próximas como bases para a criação de postos clandestinos.

Irregularidades ambientais também foram constatadas. Durante a ação, um homem alegou que as retroescavadeiras eram usadas para mover terra para construir tanques de peixes. Ele afirmou que o combustível no local era para abastecer as máquinas, mas não havia licença ambiental para essa construção, configurando uma infração.

O caso foi registrado por adquirir, distribuir e revender combustíveis em desacordo com a legislação vigente.