85% das mulheres assassinadas em Mato Grosso estavam em plena idade produtiva diz realatório

85% das mulheres assassinadas em Mato Grosso estavam em plena idade produtiva diz realatório

Um relatório da Diretoria de Inteligência da Polícia Civil sobre feminicídios registrados no último ano em Mato Grosso revelou que 85% das mulheres assassinadas em 2024 estavam aptas para o trabalho e para desenvolver suas carreiras.

De acordo com o documento, 32% das vítimas tinham entre 18 e 29 anos, enquanto 53% estavam na faixa dos 30 aos 39 anos. Esses dois grupos etários representam fases de alta produtividade econômica e potencial para a maternidade. No total, 47 mulheres foram assassinadas em Mato Grosso devido à sua condição de gênero.

Um caso emblemático é o de Raquel Maziero Cattani, uma agricultora e empresária de 26 anos, brutalmente assassinada em julho do ano passado em seu sítio, localizado no assentamento Pontal do Marape, na zona rural de Nova Mutum. O crime foi encomendado por seu ex-marido, que contratou seu próprio irmão para executá-la e ainda criou álibis para enganar as investigações. Raquel deixou duas crianças órfãs.

Os irmãos Romero e Rodrigo Xavier Mengarde foram presos pela Polícia Civil cinco dias após o crime, graças a uma investigação aprofundada que revelou toda a dinâmica do assassinato. Ambos respondem por homicídio triplamente qualificado, incluindo feminicídio, promessa de recompensa e emboscada com recurso que dificultou a defesa da vítima.

Além disso, 12% das mulheres assassinadas tinham entre 50 e 60 anos, e 2% ainda eram menores de idade.

Desde 2021, a Diretoria de Inteligência da Polícia Civil vem elaborando relatórios sobre feminicídios em Mato Grosso, utilizando dados de boletins de ocorrência e inquéritos policiais. O resultado oferece um perfil das vítimas e dos autores, além de informações sobre o local e os métodos utilizados nos crimes, solicitações de medidas protetivas e os impactos da violência contra mulheres e adolescentes.

O levantamento revelou que 57% das vítimas tinham apenas o ensino fundamental, 25% possuíam o ensino médio e 11% tinham formação superior. Em relação à profissão, 76% das vítimas tinham algum tipo de renda e exerciam funções como auxiliar de limpeza, vendedoras, diaristas, manicures, cabeleireiras e professoras.

O relatório também destacou que 36% das mulheres assassinadas mantinham relacionamentos com os autores entre 1 e 5 anos, enquanto 19% estavam em relações que duraram de 10 a 20 anos. A análise mostrou que 57% dos crimes foram cometidos por parceiros íntimos atuais, 17% por ex-namorados ou ex-companheiros, 13% por familiares e 8% por relações casuais.

 

Redação JA/ Foto: reprodução

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